"SUINICULTURA NACIONAL"
“SUINICULTURA NACIONAL”
(O
“cardápio” é grande!)

Se conseguirmos cindir essa
complementaridade, a “caterva” desintegrar-se-á, não sem antes deixar o seu
rasto na *câmara de Wilson da nossa investigação; é precisamente através dessa
esteira em que tudo é contabilizado ao “cêntimo”, que podemos chegar a
desfechos cromados de descaramento sem limites, deveras marcantes, assustadores
e passíveis de dura punição, doa a quem doer.
É realmente um enorme aborrecimento
quando se começa a desenriçar os fios ensarilhados de uma meada que por azar ou
por sorte se desfez e que serviu, durante muitos anos, de enxerga a muitos bácoros
sedentos de fortuna fácil, sem olhar a meios para atingir os fins. Temos a
noção de que é uma trama difícil de desconchavar, contudo não devemos pôr de
lado a ideia de que um dia aparecerá alguém com capacidade e coragem, pragmatismo
decisório e paciência, consiga meter as guitas no seu devido lugar, dê para
onde der.
O
cortelho há muito tempo que entrou em sobressaltado burburinho porque, apareceu
essa figura couraçada com forte nobreza de carácter, onde a corrosão ainda não penetrou
e começou a rachar a direito. Francamente, isto não podia continuar assim.
A corrupção por apadrinhamentos e jogos
de interesse à mistura conseguiu, durante longo tempo, devorar a ética e a
imparcialidade, bases fundamentais da estrutura legislativa; podíamos sentir
que a aplicação dos regulamentos não era igual para todos; mesmo presentemente,
com todo o lamaçal fedorento existente no chiqueiro, subsistem porcos que,
enterrados até à barbela, tenazmente tentam resistir ao seu “abate”, com roncos
de defesa, em valimento de uma inocência que eles próprios sabem não existir.
Temos vindo a assistir com pacífica
indiferença a uma “indústria” de suinicultura política de encher os bolsos, e que
só nos tem fornecido esterco, - e do fermentado - para infernizar as nossas
vidas, apesar de sermos nós os principais abastecedores da bolota que tem
alimentado os elementos da pocilga. Merda p’ra isto! Estou farto de bácoros! Que
cancerígena moléstia!?
Mordem-se entre si, porém, nunca
desprezam a reciprocidade na utilização da protecção mútua, mesmo quando algum caga
na pia – e são tantos! - onde todos comem, ou borram os têtos onde todos mamam,
assentado a sua atitude numa deontologia falsa mas de conveniência para a vara
a que pertencem. É sempre a mesma coisa!
Como tortulhos, surgem suínos de todos
os cantos e buracos do nosso cosmos politiqueiro; o cardápio é imenso; vão uns,
vêm outros, num incessante corrupio como electrões à volta de um núcleo - neste
caso, como pequenos bácoros à volta da mama – até que a força interactiva que
os mantém unidos seja desmembrada. Aí eles param! Cuincando e estrebuchando,
mas param.
Alguns, já caquéticos, ranhosos e
tolhidos pela senilidade, que há muito deviam ter sido atirados às pulgas e
cuja carne, mesmo em tempo de crise, até os cães se recusam rilhar, ainda
grunhem com obstinada teimosia num último, porém falhado recurso, berrando por
a uma justiça “justa”, esgrimindo razões que só nas suas mal oxigenadas
mioleiras existem. Teimosos!
É que não é só um, são varas e varas
deles; o “cardápio” é grande!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 12/07/2015
www.antoniofigueiredo.pt.vu
*É
uma câmara cheia de vapor de água,
destinada
a identificar partículas atómicas
pelo
rasto de condensação que deixam,
quando
bombardeado por estas.
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