CHAMEM O SÓCRATES
CHAMEM O
SÓCRATES
Eu compreendo
que a situação financeira do nosso país está francamente pútrida e emoldurada
de difícil, mas não impossível resolução. Sei que muitos de nós estamos a pagar
por erros que não cometemos, mas porque sucessivos governos deixaram que por
outros fossem cometidos, a soldo de uma impunidade sem limites onde apadrinhamentos
de grande envergadura serviram de escudo protector para esses fins.
Não é em vão
que as pessoas exibem com fúria o seu descontentamento face às diversas situações
precárias em que se encontram. Têm razão. A instabilidade está severamente
instalada nesta terra, mercê da politiquice pouco ou nada patriótica, muito
negligente e bem agasalhada pelo manto da irresponsabilidade, que se instalou
num ápice, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974. Talvez o desígnio não
tivesse albergado no seu seio o odre de uma madrasta, contudo, foi pervertida
por uma doentia avidez de domínio em proveito próprio, alienando para o
esquecimento os elementos que compuseram o grosso do ramalhete; a “arraia-miúda”.
Desde essa
altura para cá, todos os governos que passaram por este país, uns mais
generosos e magnânimos, outros mais esbanjadores e acamelados, lá vieram
equilibrando a barcaça desequilibradamente, até que ela rebentou pelo costado,
desmantelando a vida de muitos dos seus viandantes ao abalroar com uma situação
de emergência no ancoradouro da “miséria”, ou perto dela.
O deplorável
de tudo isto, é que a todos os que intencional ou desleixadamente prestaram a
sua cooperação para o actual descalabro, não lhes foram, até agora, aplicadas
quaisquer sanções punitivas que os obrigassem a beber do infortúnio por eles
decantado, permitido ou semeado.
O apelo ao sufrágio
nunca assentou em patriotismo nem num franco propósito de governação; assentou
sim em contendas fomentadas por segmentações partidárias, que foram e continuam
a ser dos meios mais acessíveis de ganhar estatuto social, enriquecer e viver
faustosamente, mantendo sempre intocável o esmero da cretinice.
Salvo raras
excepções, quando olhamos para a esfera dos tribunos, apenas podemos ver umas
largas dezenas de “figuras” sem calo no cú, que em simbiose com uns hábeis oportunistas,
estão à frente dos nossos destinos e ditam o que mais se lhes ajusta aos objectivos
pessoais, mediante as conveniências, quer de uns, quer de outros.
E agora aí
temos, com palestras de repetitivos recheios e envenenadas de acusações, mais
um galhardo equestre pronto para a peleja política, na figura de António José Seguro, que também está a
ser impulsionado um séquito de bastidores, aliás, como todos os outros. Mas
acho que não é preciso tanta algazarra!... Papagaios, temos que chegue.
Temos um “verdadeiro
patriota” que já conhecemos de ginjeira e fez o favor de nos colocar no topo da
Europa – a contar de baixo. É bem melhor mendigar ao PS para chamá-lo. Ir
buscar essa arara de raras virtudes.
Chaaaaameeem o Sóóóóóócrates, caramba!!!
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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