UMA BONITA LIÇÃO
Não há nada no mundo que esteja melhor
repartido do que a razão:
todos estão convencidos de que a tem
de sobra.
Como hoje é o dia
do “trabalhador”, é também meu desejo festejar
o acontecimento e louvar todos aqueles que “com unhas e dentes” pelejam pela
causa laboriosa (não será bem assim, mas "próquié" serve).
(Do Autor)
Contemplar a “pérola”
no link:
https://www.youtube.com/watch?v=eFWUDfKrf8Q
UMA BONITA LIÇÃO
Está
mais do que provado que a didactologia não entra em todas as pinhas, se estas
não foram naturalmente criadas com esse efeito embutido.
Aqui
temos um bacano exemplar a ministrar uma aula de “educação cívica”, com recurso
(prático) ao escaqueiramento de louça, numa demonstração de “artilharia
rafeira, quiçá, patética”, que eu considero como um tosco exemplo, susceptível
de influenciar as posturas dos nossos educandos, apesar de não ter sido a eles direccionada.
Com
o suposto curso de “professor”, encarrilou pela rota de vendedor de frutas e
banha-da-cobra, e nunca mais lhe apeteceu fazer outra coisa. Viciou.
Artilhado
dos seus dotes genéticos, a nascente de onde brota um peculiar malabarismo “paliográfico”,
para dar ênfase à característica discursiva, saca de moedas e notas, troca de “talher”,
arremessa colheres, dispõe as frutas na posição quem mais lhe convém, morde
maçãs quando sente secura no orifício bocal (convencer, discursando, também
custa um bocado, não é?!), parte pratos e faz trinta-por-uma linha, para
exemplificar que está tudo em cacos – é natural que assim seja.
Nas
minhas rotineiras viagens cibernéticas e por casualidade, deparei com este
cenário, em que o actor principal, sobejamente conhecido, lecciona uma aula,
que eu avalio de sagacidade, esperteza e “saber”, para a qual, deve ter recorrido
ao Mercado D. Pedro V, em Coimbra, para atempadamente adquirir as peças
destinadas à magnificência do premeditado ritual numismático, fruteiro e
cerâmico - ideia que decerto não ocorre ao mais ilustre “catedrático” cá da urbe
– para exemplificar e convencer algumas mentes reticenciadas ou mesmo
adormecidas, que escutam e sorvem(?) a sua acesa retórica.
A
esperteza foi um pormenor que jamais o abandonou.
Buliu
em tudo, para a montagem do aparato e até partiu um prato, mas não quebrou o
“TACHO” (por via das coisas, já não se fez acompanhar desse utensílio) contudo,
foi p´ra lá com ele, mas sem ele – coisas da filosofia.
Mas
gostei muito da sessão pedagógica, e particularmente dos exemplos com que
adornou tão notável acontecimento; moedas, notas, frutas, talheres, cacos e
papelada.
Quando
iniciei a observação de todos aqueles apetrechos, até pensei que iria tratar-se
de uma promoção mercantil alimentar, destinada aos vegetarianos ou coisa
semelhante. Afinal, não. Conjecturei errado – não faz mal, sou humano.
Contudo, não consigo emudecer um pensamento
que bole comigo, retarda em sair, e obstina em chamuscar-me a mente caso não o
regurgite: “se o Bispo Macedo descobre tal figura e analisa a sua retórica
persuasiva, de certeza que vai convidá-lo para se dedicar à causa teológica e a
engordar o número de elementos convincentes do seu presbitério.
Também
não seria um mau - o “TACHO”!
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
01/05/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90.
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