PÉ DIABÉTICO
Muitas
moléstias, resultam, não só
das
nossas práticas gulosas,
mas
também da nossa incapacidade
(A,
Figueiredo e Silva)
Observem.
Tomem
nota e percebam bem.
Quando
os entendidos (médicos), que vos estudam, e em função dos vossos sintomas e da
avaliação paramétrica dos valores das análises sanguíneas, alertam; “olhe que a
hemoglobina glicosilada/glicosada, está um “bocadinho” (para não alarmar), alta;
percebam isso como uma advertência séria de que a doença diabética,
paulatinamente pode estar a propagar-se. Podem registar em mente, que é
uma grande chatice.
Eu
estou a transmitir isto (aos que me leem, certamente), para que saibam que esta
moléstia, apesar de silenciosa, não brinca em serviço. Quando damos por isso,
as mazelas já se encontram instaladas; em muitos casos, é custosa ou impossível
uma reversão efectiva do problema, já “carrapaticamente” hospedado.
Esta
“pechincha” natural (digo “pechincha”, porque a Diabetes
vem de borla, sem que alguém a convide), ajuda a afectar todo o sistema
vascular (tubagens por onde o sangue circula), que é o meio de transporte para os
nutrientes (paparoca), que vão alimentar as células (microscópicos “tijolos”),
que constituem toda a nossa conjuntura corporal.
A
Diabetes é coadjuvante na promoção uma campanha agressiva de acção
obstrutiva nessas “canalizações”, decorrendo daí a carência da tal “paparoca”
aos diversos componentes que dela necessitam para sua (nossa) sobrevivência. Resume-se
assim, ao que é clinicamente conhecido por Doença Arterial Periférica.
Quando
a hemodinâmica (movimento do sangue) é comprometida, a irrigação é deficiente, tornando-se
difícil e por vezes impossível, a recuperação (recobro), de determinados “componentes”
que ficaram seriamente debilitados pela carência desses “géneros alimentícios”
(nutrientes), sendo muitas vezes necessário recorrer a amputações e outras
acções menos desejáveis, sobre as quais não irei aqui “dramatizar”.
No
entanto, nunca é demais repisar: a Doença Diabética, acreditem, implica com todos
os elementos que podem conceder-nos uma agradável qualidade de vida.
Implica
com o cérebro (miolos) - quem os tem; afecta o coração - “mesmo o daqueles que não sabem ou nunca
amaram”; prejudica os rins - sistema
de filtragem de alta precisão, sem o qual, não sobreviveríamos; compromete o fígado, que funciona
como um órgão de escolha e separação, e acumula ainda a função de excretar para
o “lixo” o que não presta, fazendo, contudo, o armazenamento do que é, ou
poderá vir a ser necessário, para que o nosso corpo possa bulir; pode danificar
a visão, por causa de hemorragias (derrames/fugas de sangue), surgentes
nos fundos dos globos oculares, susceptíveis de danificação do nervo óptico, podendo
também distorcer a sua mácula, (o ponto
de focagem central de imagem), e levar à perda parcial ou total de visão.
Os
níveis de açúcar no sangue altos, durante longos períodos, projectam em
silêncio, (pela caluda), o que é conhecido por NEUROPATIA DIABÉTICA. Não
obstante a perigosidade de outras, esta enfermidade também não é meiga… é
terrível! Só sabe, quem a sente - como eu. Acomete os neurónios, (aquelas
molhadas de fios que estão para além da nossa visão), responsáveis pelo
transporte da nossa sensibilidade ao cérebro, destruindo-lhes a camada mielina,
- o isolante que os protege entre si -, provocando-lhes curto-circuitos, que
com o passar do tempo deixam o enfermo sem sensibilidade, perante o maior abrasamento
ou escaldanço que lhe possa acontecer à flôr da pele.
No
meu caso, iniciou com um leve formigamento nos pés, e, em algumas áreas, uma impressão
de que estava a ser escaldado por água a ferver; posteriormente, surge um sentir
parecido com os pés estarem enfiados dentro de meias algo esquisitas; umas
meias ásperas, com sensação de corticite.
Depois
de tudo isto, se por qualquer motivo aparece alguma ferida, o seu tratamento é muito
difícil, penoso e desmotivador. Aqui se inicia outro estágio do Pé Diabético,
que infelizmente dá água pela barba aos eruditos na matéria e “dores de
cabeça” ao achacado.
Devo
declarar, que não é fácil controlar os níveis de glicémia (doçura no sangue),
porquanto, estes não dependem somente da boca; o estado emocional tem também um
peso preponderante, sobre o qual, quer queiramos quer não, o nosso domínio se
verga.
Não
quero com isto dizer que o estado emocional seja o causador da Diabetes; mas,
quando a doença se encontra instalada, o frenesim (stress), é tido como
um óptimo desestabilizador dela – aqui, fala a prática.
Tudo
isto é verdade. Não lucraria nada em vos mentir.
Lamentavelmente,
na actualidade, são muitas as circunstâncias que podem levar as pessoas a uma
agitação compulsiva de difícil abrandamento, à qual os diabéticos não escapam.
Nesse caso, ao menos resistam à tentação das sucroses, mesmo que os bolos,
rabanadas, filhoses, chocolates e seus semelhantes açucarados, apresentem aos
vossos sentidos um convite em papel de sedoso, dobrado, contendo no seu
interior o incitamento “lascivo” ao prazer da lambarice.
ESSE
DELEITE, MAIS CEDO OU MAIS TARDE PAGA-SE CARO. E BEM CARO!
Muito,
mas muito mais, haveria para dissertar! Mas, por aqui me fico.
Já
me sinto fatigado e um pouco aborrecido e apreensivo, só de pensar na maleita diabética
que tenho pela frente para combater.
Não
é caso para menos, não é?!
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
13/04/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não
usar o AO90
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