O PROFESSOR
Prezados
leitores, seguidores, admiradores e críticos.
Já falta “pouco” para terem
decorrido quase vinte anos, desde que este artigo foi ortografado e difundido.
Reflitam sobre a sua essência,
e, contra ou a favor, digam da vossa justiça.
Nota: aproveito para dizer que,
devido
à minha iliteracia,
não sei fazer uso do AO90.
Coimbra, 10 de Março de 2022
(o Autor)
O PROFESSOR*
Podem juntar-se todos os psiquiatras e neurologistas,
sociólogos e assistentes sociais, numa tentativa vã para justificar o
injustificável, porque as suas bonitas teses, vazias de conteúdo nada
justificam; antes pelo contrário agravam mais a situação de insubordinação e a
falta de respeito que actualmente se vive nas instituições de ensino, desde o
primário até à universidade, onde o desrespeito abusivo é um facto dos nossos
dias, cujas provas são de total irrefutabilidade.
Não venham os “entendidos” dubiamente armados de
puritana compreensão, porque não foi neles que o “arganel” foi introduzido, imputar
as culpas de tudo o que tem vindo a acontecer nas instituições de ensino, onde
o professor é por vezes vexado e agredido, à descriminação social e à
instabilidade familiar, porque isso, para além de ser caricato, só vem dar
força aos novos energúmenos em fase de germinação e impulsionar os que já o
são, a fazerem pior.
Ainda há bem pouco tempo numa das minhas crónicas,
nomeei uma frase de Nietzch, “o medo é o
pai da moral”. O facto é que hoje ninguém tem medo e por isso a moral está
decadente.
Se os puritanos da filosofia do entendimento, nas suas
intervenções televisivas e escritas, procuram justificar todas as atitudes dos
desvios de personalidade que originam pulsões nefastas nalguns elementos
constituintes da nossa sociedade, então é lógico que acabem de vez os castigos,
porque ninguém faz nada de bom ou de mau sem uma razão de causa. Assim sendo
existe uma equivalência absoluta entre o bem e o mal. Neste caso, que reine a
anarquia. Mas que o resultado dessa mesma anarquia ataque incisivamente aqueles
que a defendem, que eles mudarão de ideias a curto prazo.
O problema actual existe por causa da existência do
“culto” à impunidade, onde fiéis crentes tudo compreendem, ou fazem por isso,
porque as coisas não se passam com eles, e por outro lado têm um posto de
trabalho a assegurar; eu compreendo-os, todavia não concordo com as suas
alegações!?
Actualmente quem dá o pão, já não dá, ou não sabe dar
a educação e por vezes nem uma coisa nem outra. Contudo, isto não deverá ser
motivo para justificar a isenção implacável do castigo sem qualquer
condescendência, que evidentemente deverá obedecer não só ao delito cometido,
mas também a uma série de antecedentes que normalmente precedem a sua eventual
consumação.
As instituições de ensino, no que respeita a
comportamentos, são em parte a continuidade daquilo que no seio familiar é
ensinado, não descorando, porém, que independentemente disso, cada um também
sabe o que é bem e o que é mal.
Agredir um professor ao ponto de o mandar para o
hospital, como recentemente aconteceu...!? Na minha cabeça, esta atitude não
tem lugar para desculpas. No meu tempo, atitudes menos “poluentes” do que esta,
resolviam-se com duas ou três chapadas no cangote, dadas por um Director ou até
mesmo por um professor, que até davam para ver a Ursa-Maior; e chegado a casa,
se apresentava queixa comia mais duas ou três. Era assim que as coisas andavam
direitas.
Presentemente, com toda a compreensibilidade
doentiamente vivente, não é permitido puxar a orelha ao menino porque ele fica
traumatizado e o professor é “condecorado” com um processo disciplinar por
agressão indevida.
E os pais, todos contentes, de mãos dadas com as leis
governamentais, até alinham na fita do menino, ajudando a linchar a autoridade
do professor, esquecendo-se de que país com ensino defeituoso e onde não
existem regras, é país com espondilite anquilosante cívica, que lhes servirá de
futura enxerga onde jamais conseguirão descansar a consciência e o seu poroso
esqueleto.
António Figueiredo e Silva
Coimbra--- ?--- 2003
http://antoniofsilva.blogspot.com/
*Não
sou professor, nunca o fui, mas
compreendo as razões da sua desmotivação.
Nota:
Faço por não usar o AO90
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