NARRATIVAS DA VIDA
Não
ser descoberto numa mentira,
é
o mesmo que dizer a verdade.
NARRATIVAS
DA VIDA
Prólogo:
Para
que não subsistam pensamentos perversos, tendenciosos ou críticas debochativas,
apraz-me dizer que a personagem em causa, é característica da fecundidade da
minha imaginação.
(O Autor)
O
ZÉ
Este
é outro Zé! Aquele Zé
de todos conhecido, que durante anos comeu as papas na cabeça dos portugueses.
Sim, é esse mesmo; esse marmanjo muito afamado pelas falcatruas que fez,
e que lhe têm permitido levar uma vida de lorde. Caramba, ainda não toparam?! O
Zé
pedreiro! Aquele que, com as suas artimanhas, mercadejou um
curso “d’inginheiria”, porra! E não tenham dúvidas que saiu um óptimo “inginheiro”!
Um magnífico mestre em parlapié, fingimento, e vigarice organizada. É
que esse gajo, saiu cá um trampolineiro, muito bem capaz de ter provocado inveja
a outros trapaceiros, também afamados, e igualmente soberanos na “indústria” da
embusteirice. Sim, é desse mesmo que estou a falar. Um “ser” sem
carácter, mas imbuído de espírito aventureiro e grande lábia, que se despencou
das serranias do interior e veio por aí abaixo à procura de papalvos que
acreditassem nos seus enfáticos discursos – e conseguiu.
Mas
sempre foi um indivíduo com sorte – deve ter nascido com o cu virado p’rá lua.
Teve amigos – ás tantas, da onça – que lhe abonaram – abonaram, salvo-seja!?-
dinheiro à fartazana, com o qual pôde dar a volta ao mundo e pernoitar nos
melhores hotéis das mais famosas cidades como Paris, por exemplo; ao que se
dizia, era um “Sr.” que fazia uma vida gaiteira, à laia de lorde.
Como
se não fosse o suficiente, o fadário novamente bateu-lhe à porta, e, de olhos
extasiados, o Zé “inginheiro” deparou-se
com uma fortuna escondida num buraco da parede que andava a picar na “velha
choupana”, (“maternidade” onde veio ao mundo), riqueza essa que foi amealhada
por sua mãe – pelo menos ele gabava-se disso -, que durante anos fora vendedora
de castanhas assadas, tremoços e azeitonas, para justificar a sua vida airada e
despreocupada de “marquês”.
Porém,
segundo ouvi dizer, parece que realmente lhe apareceu um “génio”, chamado mesmo
“Marquês”, que, munido de um “bisturi esterilizado” (legalizado), procedeu
a uma “cirurgia” investigatória lhe deu cabo da vidinha; porque o Zé era
doutorado em mascarar a impostura com a “verdade”. Que chatice, coitado!
Pelo
que tem vindo a lume, correu seca e meca, mas, com esta moléstia “covídica”,
parece que o caso silenciou. Deixei de ouvir falar do
Zé, mai’lo
tal “Marquês”; esfumaram-se.
O
que será feito deles?!
O
Marquês, que se lixe, agora o Zé…
aquele Zé que tanto “admirei”, que
tanto transpirou a “trabalhar” os portugueses, (para os portugueses, queria
dizer), se o virem por aí, por favor digam alguma coisa.
Pelas
saudades que sinto(!?), o parágrafo sequente, a ele é dedicado. Pode ser que
algum dia o leia, quem sabe!?
Ah,
“Grande”
Zé!
Bem
merecias ser agraciado com a Ordem do Mérito
pelos serviços “roubáveis” (neste caso, louváveis), que com descarada lata e
cuidada esperteza realizaste, em prol do bem (mal-estar), concernente à
sociedade portuguesa. Se até agora nenhuma “chapa” honorífica te foi atribuída,
posso considerar uma ingratidão. Outros, senhores de posturas bem piores do que
a tua, com ela foram solenemente honorificados.
Como
a vida é ingrata, Zé!
Um
chi-coração deste “sacanorium” que “muito” te admira.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
25/04/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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