“ALTA (in)TENSÃO” (Reflexões)
“ALTA
(in)TENSÃO”
(Reflexões)
Mas, como diz o velho ditado, “mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades”. Se
para o melhor ou para o pior, o tempo encarregar-se-á de o dizer.
Não
deixa de não ser certo, que o poder por duração demasiada, nas mãos de carácteres
recalcados, é quase sempre toxicómano; faz despontar, nessas pessoas um
auto-convencimento doentio, agravado por desmesurada empáfia e enceguecida convicção
de invencibilidade, que alimentam como uma “deificação”, que lhes inculca o
credo na insubstituibilidade.
Advém
que, na maior parte das ocorrências minadas por estes predicados, essa
convicção, que é ilusória, acaba por descambar. Isso acontece, quase sempre, devido
à criação de conspirações “palacianas”, que no silêncio abafado do secretismo
são rumorejadas, e acabam por destronizar qualquer “soberania”, por muito
competente que ela possa ter sido. Isto ocorre, quando a deplorável “humildade”
nos actos, se sobrepõe à importância da proficiência. Cabeças que raciocinem
dentro normalidade, sabem que ninguém é insubstituível; que tudo pode acontecer
na vida.
Embora
eu reconheça, que de vez em quando, uma mutação deva ser necessária, para se
obter uma nova oxigenação na estrutura organizativa, colocando à prova novos
talentos em planeamento e orientação, com vista a uma melhoria “altruísta”
(que
não existiu no elenco anterior), no abastecimento
energético, (neste caso eléctrico), à comunidade, cognominada de Loureirense.
Mesmo
tendo a certeza de que a partir de determinada altura, a filantropia
foi
chão que há muito deixou de dar uvas, (direcção cessante pode confirmá-lo), não
me esquivo a chamar à colação essa nobre virtude, que actualmente só subsiste no
íntimo dos homens-bons - particularidade esta, hoje em franco declínio.
Ninguém trabalha por amor à camisola.
Sim,
é sobre as passadas eleições realizadas no dia 26 de Março de 2022, para a preferência
dos corpos directivos da CEL (Cooperativa Eléctrica de Loureiro).
Independentemente
de quaisquer berbicachos, tais como, quezílias, jactância alienada ou outros
comportamentos menos próprios, que configuram a prepotência, a agressividade, e
a altivez fracassada, que são susceptíveis de mover-se contrariamente aos
valores da decência concernentes a uma comunidade, os louros devem ser
atribuídos a quem os merece. P’ra mim, seria uma injustiça se o não fizesse,
porque reúno vastos conhecimentos de quase tudo o que foi realizado. Como
“sócio” que sou, interessei-me por isso.
O
povo, bem ou mal, decidiu o que decidiu; assim o tem. Não tenho nada a
contrapor - nem a essa labuta me daria; está tudo certo.
Não
vou, contudo, deixar de salientar umas verdades, que faço questão de que fiquem
bem sublinhadas para a História da Cooperativa Eléctrica Loureirense,
no que diz respeito aos membros directivos, que por sufrágio popular, vão dar as
suas funções por terminadas. “Rei morto, rei posto,
e os electrões vão continuar a fluir.
Mas…
como os louros só devem ser atribuídos a quem os merece, devo dizer que, graças
ao empenho e coesão dos elementos da equipa derrotada, foram desfeitos os
“principados” que vinham sobrepondo os seus interesses pessoais na área
financeira, em detrimento dos lucros da Cooperativa. Nessa altura, a CEL
só era soberana de dívidas; não obstaculizando, contudo, que milhares de
críticas depreciativas pululassem nas cabeças dos associados, que as iam
vomitando em casuais cavaqueiras, como quem não que a coisa; todavia, o
paradigma da subtracção cavalgava com o freio solto e parece que não havia
ninguém com meios, obstinação e coragem, para estancar a sua desenfreada equitação.
Até
que um dia… há sempre um dia que marca uma época!
Então
vamos lá.
É
inquestionável que pela gerência cessante, foi formulada um
planeamento muito bem estructurado ao serviço da comunidade, que acabou com a
soberania “salóia” - mas esperta -, dos paraísos que, como hematófagos, agarrados
a ela parasitavam; solveu todas as dívidas, fazendo esta instituição emergir do
charco em que se encontrava sepultada, de cabeça erguida, preservada pela
sombra da dignidade e da confiança; concebeu
um sistema milimétrico de controlo, que começava no mais ínfimo interruptor e “trepava”
até ao mais alto poste de transformação; deixou como saldo, um razoável suporte financeiro
físico e monetário, que dantes não existia - muito mais haveria p´ra falar, mas
entendo que está lavrado o suficiente.
Espero,
contudo, que os elementos da nova direcção saibam seguir os passos dos corpos
constituintes da equipa cessante, e saibam dar continuidade à
sucessão diligente do poder organizativo por ela construído – a todos os níveis,
a casa ficou arrumada e muito bem organizada.
Quase
para finalizar, resta-me apresentar as minhas condolências
aos vencidos e os meus parabéns aos
vitoriosos – o resto se verá.
Para
findar… mesmo para findar, só quero aqui “plastificar” um pensamento que
neste instante se me assomou à mente, e é dirigido a alguns dos meus concidadãos, que do seus fundamentos carecem:
“Independentemente
da tua posição social, é teu dever seguires os preceitos da civilidade, em
função dos valores da comunidade onde estás inserido; se, por incúria, exibicionismo
balofo ou maluqueira excessiva, meteres as patas na bosta, quando menos
esperas, vais pagar por tudo isso”.
O “pobo num” absolve;
só o Sr. Abade - e nem sempre!?
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 29/03/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
.
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