FIGURAS P’RA NÃO 'SQUECER
mas, a escritura, cinzela a imortalidade.
Logo, aquele que escreve, é eterno;
nunca passou em vazio por este Mundo.
(A. Figueiredo
e Silva)
FIGURAS P’RA NÃO ESQUECER
Um homem robusto, a superar as adversidades de um coração já fatigado.
Conhecem-no?
Eu conheço.
É
Polybio
Serra e Silva; Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra,
que
fez o obséquio de me dispensar a sua amizade - gentileza pela qual, ainda hoje
estou muito grato.
Foi
um dos nomes mais sonantes no mundo do ensino, na Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, na área de Endocrinologia, Cardiologia outras
cátedras referentes â manutenção e preservação da Saúde Humana.
Sempre
o conheci como sendo uma pessoa carácter forte e persistente. Respeitador,
magnânimo, prudente, simpático, de porte cavalheiresco, alegre e brincalhão,
amigo do seu amigo (negócios à parte), e também um grande aficionado da
pandega.
À
parte do universo científico que com afinco se dedicou e fez por derramar toda
a sua erudição, similarmente tem outro filão de ouro na “venêta”, que é a
articulação vocabular grafada, que tem vindo a expor com lógica e sabedoria, em
poesia ou em palratório, o que no momento, lhe vagueava pelo pensamento – deleite
com que sempre ocupou as horas de “ócio” - em vez de ir para o campo caçar
borboletas ou apanhar pampilhos.
Sempre
foi uma figura interessada na absorção da cultura geral, cuja sede não
conseguiu apaziguar até ao presente. Admirável!
Continua
a escrevinhar. Prova manifesta de que os seus neurónios estão em plena actividade
e os contactores sinápticos, não fracassaram. Creio que o sentimento de glória
que interioriza, é fazer meditar os que podem fazê-lo; penso ser este, o elo
que o liga à dissertação escrita; porquanto, “palavras leva-as o vento”, e a
escrevedura é uma chancela para sempre, que expressa a forma de pensar de um
ser, em determinado momento e período temporal definidos. É uma exteriorização
do estado de espírito; o escape livre da emoção.
Apesar
da sua avançada “juventude”, que se enquadra no período áureo do saber,
continua a “trovar”, como jovialmente manifesta poeticamente no livro por si
redigido, que hoje, dia 12 de Fevereiro de 2022, foi lançado, sob o tema,
“Cantares
– Para gostar de envelhecer”.
É
daqueles seres obstinados, que alegremente tem travado uma luta despicada por
uma existência alegre e perene.
Faz
assomar-se-me à lembrança, uma estrofe de um fado de Coimbra, que deste modo, dolentemente
derrama:
Ao
morrer os olhos dizem,
Para
morte, espera aí.
Vida
não vás tão depressa
Q’eu’inda
te não vivi.
E
tem levado a sua avante. Oxalá que por muitos anos.
Disse-me,
em amena conversa, que o seu próximo livro será lançado quando a sua presença existencial
contar um século.
Oxalá
que sim – e eu que veja.
Na
parte que me diz respeito, leccionou-me muito sobre valores científicos e
humanos. Aprender destrinçar o saber da empáfia, e humildade da arrogância.
BEM-HAJA,
Professor Polybio.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
12/02/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Obs:
Procuro não fazer uso do AO90.
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