A MINHA APRECIAÇÃO (modesta)


 

A exposição de um pensamento, não consubstancia a

absolutez da verdade; porém a verdade de uma análise.

(António Figueiredo e Silva)

 

 

A MINHA APRECIAÇÃO (modesta)

 

    Antes de continuar a arengar, faço questão em dizer que tolero todas as convicções, sejam elas políticas, religiosas ou místicas.

Não alimento quaisquer intolerâncias quanto às direcções pelas quais cada um se norteia, e tenho sempre presente que “não existe melhor lição para um tolo, (se o for), do que deixar que ele bata com a cabeça na parede”.

Compete a mim, seguir com ponderação a vereda que me parece ser o trajecto menos pedregoso para atingir os fins a que me propus, não negligenciando, porém, que estou sujeito ao erro, como qualquer ser. É sabido, que muitas lições podem ficar “caras”, mas é com elas que sempre se aprende alguma coisa e se robustece a madureza intelectiva. É essa a nossa missão e é para isso existimos; quero aqui salvaguardar alguns, que, embora tenham nascido, e tenham percorrido uma vida, “nunca existiram”.

Toda esta retórica, para dizer isto: sou livre nas minhas aquilatações e… “não há machado que corte a raiz do pensamento” (de Zeca Afonso).

Perante esta entrada, já posso declarar o motivo que me trouxe aqui.

Foram as qualidades naturais de Catarina Martins, independentemente da religiosidade política que segue, com a qual eu não compactuo, mas que nada tenho a argumentar – cada um, come daquilo que gosta.

Admiro-a pela serenidade que consegue manter perante os ataques dos seus antagonistas e pela forma como se defende.

Consegue ser uma boa ouvinte e responder com sublinhada serenidade às investidas que lhe são feitas, sem extrapolar os limites do razoável e da decência, mantendo o civismo no seu lugar devido.

Tenho notado que a sua maneira de ser não é tosca; não tem feitio de feirante. Pode sentir que está prestes a perder a batalha, mas não se exaspera, e, sem desperdiçar a energia dos predicados doutrinais que a movem, envolvida por uma constância que lhe é própria, continua a espadeirar.  

Exibe uma paciência “incomum” em consonância com um leve, simpático e eloquente sorriso, de fina subtileza e apurada sagacidade; consegue manter o seu olhar estático sobre o “desgraçado/a” do antagonista, como um felino pronto a atirar-se à presa.

Derrama os seus pontos de vista pausadamente, com firmeza e limpidez, sem “joacinar” e sem se assanhar. Não vejo na sua serenidade, porém, uma aceitação “emudecida” de conformismo, mas um atributo de força e saber.

Ela parece ter a noção de que a possibilidade de uma “vitória” nunca protegeu quem se acelera, e, certamente que tem a noção de as melhores lições se extraem da derrota e não da vitória.

Admiro-a por tudo isto.

 

Texto dedicado a:

 CATARINA MARTINS

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 15/01/2022

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

O AO90, não “entra no meu pé”.

   

  

 

   

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