A ALMA DO 25 DE ABRIL
a
oportunidade de começar de novo,
mas desta vez, de forma mais inteligente.
(Henry Ford)
A ALMA DO 25 DE ABRIL
Sim, tem espírito, porque não?! O que lhe deu corpo, foram adobes de proveitos, assentes na ânsia fantasista de um povo, por uma liberdade que nunca foi concretizada, apesar de ter sido, congeminada para abrolhar a igualdade e a fraternidade entre todos. Todos quem? - pergunto.
As
intenções que serviram de base e orientação para o 25 de Abril, ou pelo menos
assim foi apregoado, de facto eram boas; era o que o povo português há muito ansiava.
Entrar no céu aberto da democracia e não no inferno desconjuntado da anarquia.
O que estava oculto no reverso da moeda daquela revolução, e nos propósitos de
alguns dos “conjurados”, é que tem sido um carambolim.
Isto
de nos ter sido concedida a liberdade para expormos o que desejamos, já é uma
grande carta de alforria, porém de duvidosa veracidade. Conferiu-nos uma
emancipação (aparente), divulgação de credos religiosos, que entendo ser certo
(ainda que com algumas reticências), ideologias políticas (condicionadas) e
promovida uma igualdade de direitos e deveres (nas intenções), só para
fogo-de-vistas, porque na prática, assim não tem funcionado.
Quase
nada dessa semeadura vingou. Uma tempestade de interesses escondidos, tem vindo
a vassourar a plantação, impedindo-a de abrolhar e florescer na paz e na
concórdia, criando em vez disso, um domínio invulgar em que só se safa quem
pode. Os interesses mafiosos são muitos e os juízos são abissalmente
divergentes. Isto está transformado num ninho de ratos sedentos e esfomeados,
onde só meia dúzia deles são donos absolutos do queijo.
O
que daquela revolução mais destacou, foi uma diáspora do povo das da
“ex-colónias” para todo o mundo, com maior incidência para o seu país de origem
- Portugal - criando um apertado congestionamento populacional nesta “santa
terrinha”, e um agudizado confronto mental entre aqueles que chegaram, vindos
da zona equatorial, (com a mente mais aberta e horizontes mais dilatados), e os
outros, que sempre fizeram a sua vida neste pequeno horto encostado ao
Atlântico), aconchegados por um marasmo insípido e concepções limitadas.
Foram
evidências incontestáveis, que as divergências nos conceitos e as práticas deles
resultantes, assim o demonstraram.
Salgueiro
Maia
- que Deus o guarde - deve estar bem amargurado por sentir, (se isso lhe fosse consentido),
que a sua valentia e os eus ideais, foram vandalizados, adulterados e
corrompidos, por uma cáfila de incapacitados e desleais, ao espírito da
revolução do 25 de Abril.
A
título póstumo, quero enaltecê-lo pela sua determinação e valentia e não duvido
que o que fez, foi graças à sua boa-fé, por acreditar no nascer de um futuro
melhor para todos os portugueses – que afinal… saiu esburacado.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
28/12/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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