À GENTE DA MINHA TERRA
Deves
acreditar em quem, para isso, te deu testemunhos,
e
não te adiantares a crer em quem nunca deu nenhuns.
(A.
Figueiredo e Silva)
À GENTE DA
MINHA TERRRA
(“Bale” mais um “pássero” na mão, do que “dois’àboar”)
Sorrateiramente, o tempo eleitoral avizinha-se. Com ele, o sonho de novos horizontes começa a construir-se nas cabeças do eleitorado, como se de um dia para o outro houvesse uma inversão no que poderá estar mal, ou em falta.
É precisamente neste
momento de certa interrogação e euforia, que começam a sobrevoar a freguesia as
aves da rapina de garras afiadas e cabeça rombuda, chamadas oportunistas, e a
abrolhar alguns gabirus e vendedores de banhada-da-cobra, aparelhados de
sofisticada verborreia prometedora, todos mortinhos por abicharem à alcândora
autárquica, e de lá, descaradamente, num acto de insana ingratidão e falta de
carácter, estrumarem-vos a canhola com uma inesperada soltura de baboseiras
parolas, como desculpas pela não observância do prometido – já aconteceu.
Entendo que é meu dever,
como Loureirense que sou (embora não conte para o sufrágio, por aí não residir),
enviar-vos esta mensagem de aconselhamento.
Não conheço presencialmente
os elementos que actualmente constituem a Autarquia local, que ora zela pela
conservação da área geográfica e pelos destinos adjacentes da freguesia de S.
João de Loureiro.
Como tal, não devo
vassalagem ou obséquios a ninguém. Sou livre.
Mas, considerando isto
insuficiente, quero ainda afirmar que sou desprendido de quaisquer colorações -
sou daltónico; considerando-me deste modo, insuspeito de qualquer sectarismo
partidário ou movido por quaisquer amizades menos límpidas. Não obstando,
contudo, que quando ambulo por essas bandas nas minhas usuais andarilhanças,
não me inteire sobre a forma de proceder perante a área que administram, e nos
esforços que os actuais elementos têm se envidado, sem nunca haverem prometido
mundos e fundos, como os anteriores fizeram, - que ficaram muito aquém dos compromissos
outrora manifestados.
Por isso, posso falar à
vontade! É bom, não é?! Pois é isso que vou fazer.
É de louvar, - se fosse de
criticar também o faria -, o que esta Autarquia tem “contribuído” para a
manutenção e higienização na nossa terra, mantendo as bermas e valetas (dantes,
ornadas de cabeludas savanas destinadas ao desenvolvimento de micro-faunas,
quiçá infecciosas), agora de guedelha rapada; os pequenos recantos ajardinados,
sobriamente asseados com relactiva decência - um pequeno deleite para quem passa
e para quem lá vive.
É certo que, como a “guita”
é curta e os buracos no “queijo da herança” eram copiosos, justifica-se que não
tenha sido possível “tamponar” a totalidade das necessidades, onde, além de
outras, estão incluídos alguns arruamentos. Mas posso afiançar-vos que foram
cobertos muitos buracos nelas existentes, e outros “buracos” que existiam, em
outras e por outras “vias”, que não era suposto existirem.
Tomei a decisão de levar
até vós esta meia dúzia de palavras, não para vos passar um pano encardido
pelos olhos, porém, para despertar as massas encefálicas mais adormecidas
(porque existem), para que não se deixem enrodilhar por prometimentos
tendenciosamente mascarados, que depois não levam a lado algum.
A vossa coesão terá muito
mais valor se vos unificardes por palavras e causas reais, e não fundamentadas
na ilusão, onde a irrealização dos sonhos é a única realidade que prevalecerá.
Não digo que esta “montada”
tenha sido como todos gostariam, mas, na sua perseverante calma e sem
pretensiosas jactâncias, é natural que tenha feito o que está dentro dos
limites ao seu alcance. Logo, onde a vontade existe, ocorre sempre uma futura
vitória.
Do
percurso de vida do actual líder, que eu saiba, ele nunca atingiu nenhum “doutoramento”,
- como tantos idiotas presunçosos, apregoaram sobre si próprios, mas que,
depois espremido, o seu sumo foi e é, insignificante. A firmeza de carácter é
mais importante; e este têm-na.
Apenas
jogou “basquete” (sem ser federado), atirando umas pedritas às paredes, quando
não havia ninguém à espreita; é empresário, de relativo sucesso, sem ser vaidoso
ou grosseiro; nunca treinou “talentos” ocos, nem conquistou honrarias, a não
ser exercitar-se a si próprio, para a conquista de um único, porém, valioso
título; ter uma vida desafogada - apesar de trabalhosa; não “entende nada” de
arqueologia, é certo, e a encenação teatral não faz parte da sua personalidade
modesta – gosta das coisas como elas são; nunca disse ser instruído para
limpador de algas, poalhas, cagadelas ácidas de pomba, ou resíduos calcinados
pelo tempo, em calhaus envelhecidos, que a idade por alguma razão (lógica),
honestamente obstina em destruir; a doutrina que leccionou, está expressa na
simplicidade sua maneira de ser e nas suas singelas atitudes - que todos vós
certamente conheceis; também nunca teve vocação para sacristão, (vulgo,
chupa-galhetas, não sei porquê), como tal, faz tilintar pouco o “badalo”; quando
o faz, executa-o com precisa, porém cautelosa proficiência, acorrentando o
conhecimento numérico de um escriturário, à erudição de um professor, e, com o
cuidado (não confundir com manha), de um “arqueólogo” social e a elevação de
um artista nato onde a modéstia se faz
notar. Ele é assim. O que está na montra, está no “armazém”.
É o Zé.
José da
Silva Queirós. Ou melhor, o Zé Queirós (como carinhosamente é conhecido), Presidente da Junta dessa freguesia.
É uma figura, que, pela sua honestidade
e dedicação à causa que abraçou, os Loureirenses bem se podem regozijar.
Em
meu entender e a constatar pelos factos, reconhecendo de antemão que há muito
mais para fazer pela nossa freguesia (porque não deixa de ser também minha),
julgo e devo sugerir abertamente, para o bem de todos: mantenham no lugar,
quem já lá se encontra.
Isto
porque, sem a vossa valiosíssima colaboração, tudo o que foi feito, pode correr
o risco de “descambar pela base”.
O
abandalhamento do trabalho já realizado, será o primeiro passo para a não
realização dos sonhos no futuro, que, sem a sua concretização, não passarão
disso mesmo.
Apelo à CONFIANÇA UNIFICADA, para a
validação do prosseguimento do mesmo mandato, através do vosso consciente e
valioso sufrágio.
E podereis tê-la.
Tem sido um dirigente
dedicado a fazer o melhor que pode aos seus conterrâneos, em comedido
“silêncio”, sem grande alarido, nem exacerbado exibicionismo.
Afirmo-vos que a realidade
de uma carência, consiste em não deixarmos que a nossa sensatez “idealista” se
deixe fascinar por fingidos compromissos que unicamente conduzem a horizontes
da esperança sem fim, e nada mais.
CAROS LOUREIRENSES, JUNTOS FAREIS MUITO!...
EU ACRETIDO.
Um abraço amigo.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 01/09/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Opto por
não fazer prática do AO90.
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