CARGO NÃO É PROFISSÃO
Se
os teus procedimentos são infractores,
não
é justo que sejas julgado pelo teu cargo,
mas
sim, como criminoso”.
(A. Figueiredo e Silva)
CARGO NÃO É PROFISSÃO
Por uma imperfeição interpretativa, acontece sermos conduzidos a amalgamar o verdadeiro significado de cargo e profissão, como serem possuidores da mesma conotação significativa. Ora, isso não acontece.
Todos
sabemos, que existem figuras espertas (não confundir com inteligentes), que naturalmente
os confundem por deliberação própria, porque lhes dá jeito. Mormente no mundo
da política. Esse campo “profissional”, tem sido um jardim dourado para
oportunistas e quejandos. Aprontam-se a assumir cargos de responsabilidade,
porém, a maioria exime-se a ser responsável pelos erros e burricadas que
comete. São muitos os inconscientes para arcarem com altos cargos, para os
quais não foram preparados.
Será o mesmo que dizer, não têm a percepção da
responsabilidade necessária para assumir esses grandes ministérios. Mas lá estão
e muitos por lá continuam, porque no trabalho em que se especializaram, profissionalmente
foram puras nulidades.
Sem
recurso a quaisquer tecnologias oftalmológicas, até os cegos vêm que isto é
verdade.
Então
como filhos socialmente abandonados, pela sua pobreza de espírito e incapacidade
para a luta por uma sobrevivência condigna, atiraram-se para os meandros da
política, o trajecto mais curto para o triunfo, onde as jumentadas e as rapinâncias
são tuteladas por princípios por eles criados.
A
política, que começou por ter sido um “CAT” (Centro de Atendimento
Temporário), com o correr dos tempos e a cegueira colectiva, transformou-se
para muitos, num CAVI (Centro de “Atendimento” Vitalício para Incapazes).
Este
organismo, consiste numa instituição de “beneficência”, que tem acolhido
famílias inteiras e toda a diversidade de “hematófagos” a elas agarrados, sustentado
toda uma cáfila de irresponsáveis, para os quais, nem purgatório existe. É um
organismo “vivo” a fervilhar de cunhas, jeitinhos, compadrios e apadrinhamentos,
atiçado por uma fogueira de coesão vergonhosa nunca vista, o terreno fértil
para o crescimento e multiplicação de toda a casta de corrupção.
Se
a esses “desamparados”, não fosse imposto serem compulsivamente bem tratados, e
dissimuladamente “respeitados”, pelos cargos que ocupam e não pela sua
personalidade ou carácter, nunca passariam de uns badamecos; umas farroupilhas;
uns trapeiros.
Sim,
refiro-me a esses pulhas!? Àqueles que, abusiva e descaradamente, fizeram do
cargo político a sua profissão e que por incúria, incapacidade
e ganância têm deixado nações (povos), na mais completa e abjecta miséria. Não
acontece por causa da sua profissão, mas porque “trocaram” a mesma, para
assumirem um cargo mais rentável, em
que o risco nunca é coberto por eles. É o povo quem arrota.
E
vou acabar esta resenha, servindo-me de um curto, mas real pensamento, de
Miguel Torga, com o qual estou em consonância:
“O
país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e
diverte-se indignado, mas não passa disto.
Falta-lhe
o romantismo cívico da agressão.
Somos,
socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados”.
Penso
ter sido razoavelmente esclarecedor.
António
Figueiredo e Silva
Chaves,
13/08/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não utilizar o AO90
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