AQUAE FLAVIAE (Portugal)
“Outros
viram o que é e perguntaram por quê.
Eu
vi o que poderia ser e perguntei: por que não?”.
Pablo
Picasso
AQUAE FLAVIAE (Portugal)
(Águas Flávias)
Ainda
hoje não sei porquê, mas sempre me senti cativado pelas terras transmontanas,
com especial referência pelo concelho de Chaves e todos os povoados inerentes ao
mesmo.
Não
grelei, não medrei nem amadureci naquela “velha” cidade, mas, por ela sempre me
senti encantado, desde que a conheci, em 1970.
Aliás,
tenho muito apreço pelo o povo transmontano em geral. Pelos seus usos e
costumes (muitos não conhecerei, certamente), pela riqueza da linguagem
regional, cuja articulação e fonia são portadoras características próprias,
invulgares, mas engraçadas, que me dão algum prazer em ouvir – não me perguntem
porquê.
Ontem
andei por ali, junto à Estação Termal da cidade (agora em obras de
beneficiação), a dar uns passos para manter a tonicidade muscular que o
confinamento me quer impingir, e deparei-me com uma “peça” concebida pela
fertilidade de uma imaginação que desconheço; contudo, posso considerar uma
pequena ode à toda beleza que a arte comporta; neste caso, pela sua singela,
porém, harmoniosa simplicidade.
É
que, a arte, não se resume unicamente a pináculos rendilhados ou a horrendas
gárgulas pendentes dos beirais ou das fontes, nem de complicadas estruturas que
desafiam a força da gravidade e os ventos ciclónicos. Arte é criação. É o
talento nato de, com as mesmas substâncias, podermos conceber coisas
diferentes; transformar o desalinho, a dissonância, e o caos, em consonância e
harmonia; de tal modo, que, ao olhar-mos, incutem-nos uma sensação de bem-estar.
É a consequência da sublimação da sensibilidade cognitiva apurada. É o dom falar
calado, sem deixar de expressar ao Mundo os nossos sentimentos, em demarcados instantes
de inspiração Natural, que por vezes se nos afloram à mente.
Foi
tudo isso que senti, ao deparar com o estilo do Posto de Turismo, situado no
jardim adjacente à estação Termal da cidade.
Ignoro
quem foi o seu criador, mas não vou deixar de o congratular, pelos traços seus,
que deram origem àquela construção. Não enorme no seu porte, porém, enorme na
sua veia artística condizente com o panorama onde se encontra montada.
As
minhas congratulações ao artista seu criador, pela nobreza da ideia, e à Autarquia
da cidade que por ter permitido a sua realização.
António
Figueiredo e Silva
Chaves,
17/08/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço
por não usar o AO90.
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