UTOPIA, O PARAÍSO DOS INFELIZES
O
Paraíso de um tolo,
é o
Inferno de um sábio.
(Thomas Fuller)
UTOPIA, O PARAÍZO DOS INFELIZES.
(Conceitos “inconvenientes”)
Estes tristes, exibem-se como pessoas de bem, muito orientadas, de “esmerada venerabilidade”, pejadas de salamaleques e “boas práticas” na convivência (forçada); no final, não passam de uns calhordas, uns pobres de espírito, que até são capazes de abandonar a família que constituíram, atraiçoar os amigos, e até, cuspir na cara dos seus progenitores, se lhes der na real gana.
Esse
paraíso irreal que ornamentam com determinadas frases ou textos completos, que,
embora aprontem a identificarem-se com o seu fundamento, este não tem nada a
ver com o próprio vulto que pretendem atribuir à “luminosidade” fusca, do seu ensombrado
temperamento. Como tal, é fictício.
No
interior da moleirinha de muitos, rainhas, princesas, amores da minha vida,
pajens, cavaleiros e trovadores, são os ocupantes de muitos “afectos” não
sentidos, que, não obstante a grande vulgarização em algumas zonas mais
inclinadas à patetice e à simulação, compõem os trilhos mais curtos para a fuga
à realidade que eles sabem existir, mas não ousam aceitar. Patetas!
O
fingimento empedernido, é hoje a particularidade mais utilizada e mais bem
acolhida socialmente por este mundo demente. Não deixa, contudo, de não ser uma
aceitação também assente numa representação digna de louvor, porque existe uma
reciprocidade análoga entre aquele que dá e aquele que recebe. Ambas as partes
procuram, ainda que a contragosto, elogiarem-se entre si, mesmo sentindo que
não são verdadeiras as suas emoções, mas apenas porque sim, ou porque é da
praxe, é usual, é tendência e/ou dissemina uma fragrância de aparente dilecção
e afecto. É a maneira mais sublime e elegante de meio mundo, ludibriar a outra
metade.
Considero
isto uma reciprocidade clara entre a fingida “vontade” de dar e o anseio
doentio de receber – mesmo que seja “bosta”. Conquanto que entre ambos, exista
uma retribuição de facto, está tudo certo; se tal não acontece, toda a
estrutura comportamental cívica fragmentar-se-á e sai bojarda pela certa.
Modifica-se a atitude, parte-se o verniz das unhas, solta-se a língua, e
irrompem tempestades de palavrório sem pés nem cabeça, num frente-a-frente, em
surdina, ou transmitido por arautos linguareiros – que não faltam por aí aos
montes. Esta é a realidade.
Mas
é neste “paraíso” idealista que temos de viver e aceitar, muitas vezes “fechando
os olhos da mente”, para podermos conviver sem grandes socalcos nos carreiros
naturalmente programados da nossa “curta” existência - mesmo assim!?
O
Diabo está sempre a tecê-las e lá vai a "monarquia" na enxurrada.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
14/07/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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