O "BARRACO" E AS "BARRACADAS" DO TIO JOE
A ambição desenfreada,
mais tarde ou mais cedo, leva ao abismo.
(A. Figueiredo e Silva)
O
“BARRACO” E AS ”BARRACADAS” DO TIO JOE
Ó Sr. Dr. Juiz, isso não se faz! Então o Sr. vai aplicar uma pena de fiança tão gravativa a um aborígene que diz não ter “eira nem beira”?! Apenas um “barraco”?!
A
justiça em Portugal é levada da breca! Olhe que isto dá que pensar! Ponha-se a
pau, porque Deus não dorme (só à noite), e o Sr. Juiz vai parar ao Inferno –
que os crentes dizem existir no outro lado, mas que eu, com o meu cepticismo,
penso que seja cá.
Onde
irá este “pobre indigente” arranjar cinco milhões de euros para fiança, se só dispõe
de um “barraco”, a que chama garagem?! E nem ponho de parte, que não
possa ser a sua habitação permanente. Tadinho!
Não
conheço o “barraco”, mas idealizo que deve ser uma “garagem” semelhante
ao “barracão” dos Grandes Armazéns do Chiado (e parte de algumas “garagens” subjacentes),
situadas na cidade olissipense. Caramba, é obra!
Por
tudo o que tem vindo a lume, sou levado a pensar desta maneira, não é!? -
Desculpe-me, Sr. Dr. Juiz - se a lei o consentir.
Então…
para lá encafuar toda a família, “as velhas e fracas” viaturas que tem, os
“cães”, os papagaios - e outra “passarada” que eventualmente por lá possa pousar
para bebericar entre gorjeios e arrulhos -, as pulgas dos “cães” que agora o
perseguem, lhe aguilhoam a mioleira e lhe roubam o sossêgo.
Devido
à “pequenez” do espaço, é natural que até lá albergue algumas obras de arte,
que, talvez por terem sido conseguidas em noites de lua nova, ainda não viram o
raiar do sol nascente, nem a sombra negra e implacável da AT (Autoridade
Tributária), por norma bastante sagaz para com os necessitados – que deve ser o
caso do cidadão “alvejado” pelo critério lógico de V. Exa, em face dos factos que
apurou e em conformidade com a lei.
Para
ser franco, o que mexe comigo é o homenzinho garantir, com todo o pragmatismo (lírico,
quem sabe), e descontraída simplicidade de ratazana, que não deve nada a ninguém.
Acredito
na pertinência das minhas observações, porque, Meritíssimo Juiz, deixe-me que
lhe diga; para atribuir uma “abonadela” de cinco milhões de euros para o
“pássaro” (ou passarão,) usufruir de alforria para “aboar”, ainda que
somente à volta do ninho, o “barraco”, “versus”, garagem, deve ter um
valor superior a esse montante, não é?! Pelo menos é essa a concepção que cá
dentro canta.
Bem,
mas à parte disso, como o “pobrezinho” foi uma figura de grande influência, é
natural que tenha alguns amigos-do-coração que o socorram nesta “refrega”, como
teve o “nosso amigo” (salvo-seja) José Sócrates, (por mim, “muito admirado”)
que, graças a isso, ainda anda por aí a passarinhar descontraidamente e a exibir
a alvura da sua dentição.
Se
por acaso for traído nessas amizades – a ingratidão por vezes a isso coage -,
venho suplicar aos portugueses em geral, que vão deixando alguns euros no seu desgastado
boné que no chão estende e que outrora foi abrigo de ratos, para o ajudar a conservar
a sua liberdade fora da gaiola – seja ela vidrada ou gradeada.
Sr.
Dr. Juiz, isto não se faz “ó Tio Joe”,
bolas!?
Mas…
dura lex sed lex.
Apoiado.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,05/07/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço
por não usar o AO90.
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