INCOMPATIBILIDADE
INCOMPATIBILIDADE
INCOMPATIBILITY
UNVEREINBARKEIT
НЕСОВМЕСТИМОСТЬ
Compreendo muito bem, o sentido que esta frase contém, conquanto que, penso não ser bem assim.
Estas
particularidades moram na mesma casa sim, porém, em compartimentos separados.
Se se misturam, neutralizam-se mutuamente, para dar origem a outra característica,
que, em minha opinião, é bem pior. Resume-se a um hibridismo de potencial valor,
equivalente à soma das duas, por defeito; a parvoíce ou
estupidez
-
como queiramos chamar.
Não
conheço modo algum, por voltas que possamos dar à cilha para cingir a albarda da
elucidação sobre a realidade, porque o estúpido nunca
irá compreender; é a mesma coisa que bater num cepo pútrido, para o fazer
florescer à força. É tempo perdido. Não merece a nossa saliva.
Visto
por outra face, também será inútil tentarmos abrir as portas de uma realidade a
um fanático,
na medida em ele apenas sustenta com imensa pertinácia, uma visão monocular que
se resume a um ponto fixo, do qual não arreda o olho; por não ser provido de posições
de comparação, rejeita do mesmo modo, o ingresso dessa realidade na sua mente
visionária entorpecida.
Logo,
a inteligência
e
o fanatismo,
são inconciliáveis. Contudo, susceptíveis de um acasalamento temporário ou
perene, podendo ser, no entanto, residentes no mesmo domicílio. Neste caso, a
habitação encefálica.
Enquanto
que o entendimento (inteligência) é genético, pode ser limado, polido e ampliado
através dos métodos de ensinamento da erudição; o mesmo não acontece com o fanatismo. É
faccioso e intolerante, além de ser um falacioso e louco estimulador de
convencimentos doentios.
O
sectarismo
(fanatismo), por norma é uma singularidade exógena, que é insuflada através de repetidas
“marteladas” verbais, tendo por objectivo converter e aprimorar o obscurantismo
nas pessoas naturalmente carentes de vontade própria, e, consequentemente, torná-las
manipuláveis. Esta particularidade, só ganha alguma robustez na sua fraqueza, em
coesão de elementos; porque “a união faz a força” –
esta teoria já é velha. Neste caso, não
há fármaco que o consiga varrer esta moléstia desses espíritos fracos, que
servem de papel-moeda a edeologias pouco credíveis, à luz de uma normal inteligência. Assim
nasceram e assim morrem, como espíritos angustiados, amortalhados pelo colorido
suas imutáveis convicções.
Porque
acredito que onde a inteligência não existe ou é carente, não há progresso
intelectual.
Apesar
das divergências entre ambas, inteligência e fanatismo, estas, não deixam de
ser uma realidade no Universo Humano.
O
inteligente, por força da sua compreensão, não é fanático e por preceito não é
parvo; logicamente, também não será estúpido. Ele, independentemente de aceitá-las
ou não, compreende as convicções do seu semelhante, dando-lhe a atenção devida,
e, se necessário, contrapõe com argumentos que considera válidos, todavia, limitados
por uma circunferência de esmerada civilidade.
Porém,
se for ao contrário já não acontece – a não ser por milagre – e é aí que entram
“triunfantes” as qualidades do fanatismo,
que são, a estupidez e/ou parvoíce; acérrimas antagonistas
da inteligência.
É
natural que não possam coexistir, contudo, nada as impede de morarem na mesma
habitação, porém, separadas por “hexagonais compartimentos” à semelhança de um
favo de mel.
Cada
uma trata de si; mas se adrega a juntarem-se, o resultado não é mel que se
cheire, mas resulta numa estupidez pura, que constrange e abafa a inteligência –
até, alguma ainda remanescente.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
27/03/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Obs:
Faço
por não usar do AO90
Comentários
Enviar um comentário