ALOCUÇÃO À POBREZA E À DISCRIMINAÇÃO SOCIAL
Escrita em 2001.
Será que está actualizada?!
ALOCUÇÃO À
POBREZA
E
À
DISCRIMINAÇÃO SOCIAL
Sentir-me-ia
feliz se a sociedade em que vivemos desse um pouco mais de si mesma no sentido
de que essas dissemelhanças, essas máculas, que mais tarde ou mais cedo nos
hão-de aterrar, fossem minoradas. E
liminá-las na sua totalidade é pura utopia.
No entanto, se
conseguirmos silenciar a barulheira da ganância, da avidez, que sepultam a luz
da ponderação, deixando a pobreza a cambalear e sem vontade de dormir porque o
estômago cavernosamente roncando não o permite, é possível que consigamos fazer
alguma coisa de bom.
Sobre a
discriminação social, devemos julgar o ser humano por aquilo que realmente é, e
não por aquilo que parece; as aparências não passam de meras fantasias que só
servem para enganar os tolos, poluindo-lhes os juízos de valor.
É tempo de a
sociedade remover a máscara do fingimento, lançar um olhar mais abrangente à
calamitosa situação que a rodeia e fazer o que deve ser feito; quando não, as
listas dos organismos de ajuda social continuam a engrossar, circunstâncias
essas, decorrentes da pobreza esquecida e da descriminação de urbanidade
imposta por genuíno snobismo.
Se este estado
de coisas assim continuar, quer queiramos quer não, seremos amargamente
premiados com a nossa quota-parte de responsabilidade e nunca mais
conseguiremos amansar a revolta, da qual não duvido que venhamos a ser vítimas.
A todos os que
me “ouvem” peço que dêem o vosso contributo.
Eu farei a
minha parte.
Para finalizar
e por achar adequado a esta questão, quero aqui apresentar um poema, não meu,
mas de uma autora, da qual apenas conheço o seu nome e nada mais; Maria Alice da Luz:
Ser pobre não é vergonha
Mas parece humilhação!
Pois quando digo que sou pobre
Ninguém me quer dar a mão.
Mas se é vergonha ser pobre,
O que querem afinal?
Porque deixaram haver
Tanto pobre em Portugal?
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
18/10/2001
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Comentários
Enviar um comentário