PARADOXO
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o
Universo e os deuses”.
(Sócrates)
PARADOXO
(A imaginação é a
“loucura” da realidade)
Ícaro a 9 bilhões de anos luz |
Mais uma viagem desorientada nas minhas atribuladas cogitações acerca do infindável e misterioso Universo.
O
que poderá representar a nossa presença em todo Espaço Sideral, e quais as
surpresas que ele terá para nos “presentear”, face às “burricadas” que temos
realizado, na ânsia louca de desvendar o supremo mistério que o circunda. Somos
uns tristes! Ainda não percebemos qua à medida que aquilo que designamos por
ciência, avança, a ignorância também prossegue paralelamente e com a mesma
passada.
Esta
reflexão é de tamanha complexidade que não sei por onde principiar. Apesar da
dificuldade ser enorme, obstino em prosseguir, e tantas voltas darei aos fios
da meada que algo de surpreendente há-de surgir como Divina remuneração pela
minha labuta mental – ainda que esta aparente andar nas franjas da “loucura”.
Confio
em que a minha explanação seja compreendida, ao menos pelos tecelões urdidores
das tramas científicas ou, em último caso, pelos mesmos, desprezivelmente
atirada para a lixeira do sem-interesse, do está louco ou avariado da corneta.
Com
qualquer das decisões ficarei contente, mas não desprezarei o que tiver fundamentado
nessa minha “viagem intergaláctica”.
Sou
daqueles que alimento um determinado cepticismo em relação à teoria Big
Bang,
mas mantenho inalterável a minha admiração por Stephen Hawking, distinto cosmólogo,
e criador desta conjectura.
A
minha viagem começa, ao interiorizar que a minha vida, comparada com a suposta
idade do Universo, não será mais do que uns milionésimos de segundo em relação
a esse incomensurável Todo, que se mantém em “perpétuo” e ordenado movimento,
até certamente colapsar e emitir uma descomunal energia que irá naturalmente
dar origem a outro Universo, quiçá composto por mundos diferentes.
É
sabido que o Cosmos está em constante mutação. A matéria “dilui-se, junta-se,
compacta-se ou expande-se”, para dar origem a outras formas de substância, porém,
com uma energia equivalente à massa inicial antecedente. É neste contorno que
reside o que eu chamo de “Respiração Universal”.
Porque
o Universo e tudo o que o congrega está “vivo” e tem necessidade de respirar. À
nossa escala, cada componente, visto até à mais ínfima partícula, é um Universo
“gémeo” desse Todo Intergaláctico e Interestelar,
só que, à escala reduzida.
É evidente
que desconheço qual a sua verdadeira dimensão, por muito que através dele o meu
cérebro “viaje”. Mas posso afirmar que se eu fosse uma bactéria, um bacilo ou um
vírus ou outro “bicharoco” qualquer, a viver em qualquer canto do Universo
físico de um ser vivente, também não saberia o que era, nem onde me encontrava;
contudo, à dimensão do meu organismo, nada me poderia retirar a faculdade de “pensar
e agir” em conformidade com o meio onde residia e adaptar-me à situações, ou
deixar-me isolar, morrer ou diluir-me, como acontece com esses micro ou nano
organismos, nocivos à robustez dos seres vivos.
Depois
de todo o tempo que tenho “viajado” na consulta sobre esta complicada matéria,
onde a conjectura e a certeza, vão fumegando sempre mais uma teoria nova; pelas
quase “inacreditáveis” fotografias, conseguidas às mais absurdas distâncias,
cujas medidas orçam os bilhões de Anos-luz; por muitos acontecimentos inexplicáveis,
que pertencem à área da Fenomenologia, cujas explicações, sem esclarecimento
algum, se resumem simplesmente a, “é um fenómeno” (e
quando não o é, “é um milagre”.
Ao
saber que, para a “Ciência” conseguir a
fotografia de Ícaro, a estrela mais longínqua do Universo até
agora conhecida e registada com recurso ao telescópio Hubble, e que a luz por
ela emitida, viajou 9 bilhões de anos até chegar à Terra,
só posso concluir que realmente somos mesmo pequeninos. Ou, visto por outro prisma…
não somos “nada”.
Andamos
por aqui, porque cá nos “plantaram”. Quem, como e com que fim? Foi uma rica
semente, “sem dúvida”!?
Uma
semente de cèguetas. Não verdade, não conhecemos a nossa identificação. Desconhecemos
a nossa proveniência; não sabemos quem somos nem para onde vamos. E mais: ignoramos
quem nos trouxe prá’qui e qual o nosso verdadeiro papel perante o Universo.
Há
uma singularidade única que reconhecemos, sem deixar dúvida alguma; que somos
suficientemente estúpidos para nos andarmos a importunar uns aos outros, transvertendo
esta “Bola Azul”, que pedia ser um Éden, num verdadeiro Inferno.
Tudo
isto, sem reflectirmos que existe um fim indesejado, para conceber
um princípio Natural, ou, cosmicamente calendarizado.
É
complexo, não é? Mas depois da minha viagem, mais veloz do que um relâmpago, é
nisto que acredito.
Aparenta
ser um paradoxo, mas… decididamente, a imaginação é mesmo, a
“loucura” da realidade!
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
13/02/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Obs:
Procuro não fazer
uso do AO90.
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