“A SABEDORIA É IRMÃ DO RISCO”.
“A
SABEDORIA É IRMÃ DO RISCO”.
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(Questão colocada no
Exame Nacional de Filosofia dos anos 77/78, no titulado de Propedêutico, que facultava
a entrada às Universidades Portuguesas).
(Quesito
enviado da Suiça, pelo meu amigo
José
Antunes, (Joca), a quem agradeço).
Pela grandeza analítica que envolve, achei a afirmação tão racional, que resolvi dissertar algo sobre o assunto, mesmo sem perceber patavina de filosofia.
A
certeza que desperta o conhecimento, é a incerteza. Logo, a Sabedoria é irmã do
Risco, mesmo que façamos por nos socorrer da intervenção da prudência. Entre
ambas, ainda existe o deslize, que nasce espontaneamente durante qualquer
investigação para o Saber, que, como podemos entender, (os que alcançam), é
interminável. Na conclusão de qualquer acção de investigação sobram sempre a
interrogações que a curiosidade humana impulsiona a pesquisar.
Naquele
tempo, quando no meu rosto ainda só despontava a penugem, o átomo
apresentava-se na ciência como sendo “a mais pequena partícula de matéria, que
não continha as propriedades da substância”; a molécula, com sendo “a mais
pequena porção de matéria que continha as propriedades da substância. E
hoje?... Já existo há setenta e seis anos!
Graças
à Sabedoria e ao seu irmão, o Risco, estou plenamente de acordo com a frase deste
Sr.:
“Triste época! É mais fácil desintegrar um
átomo do que um preconceito”.
(Albert Einstein)
Podemos
concluir que o Risco avança na razão directa da Sabedoria.
O
Conhecimento é infinitamente viciante e o Risco do saber, tem o lugar garantido
a seu lado, porque, só através da experiência conseguimos alcançar a Erudição –
em parte!? Esta é a fracção sobrante dos erros cometidos por nós próprios, para
mitigar a curiosidade, que por vezes nos sai onerosa. Porque o Risco está
sempre presente por muita precaução que tenhamos a bulir no incógnito.
Aventurarmo-nos
pelos trilhos da Sabedoria, é, sem hesitações, como fazer uma viagem ao
desconhecido onde tudo para nós funciona por meras conjecturas; para no fim
sermos surpreendidos pela realidade, cuja exatidão se nos pode apresentar
contaminada pelo erro, pela surpresa ou por “infantilizada” satisfação. Mas não devemos olvidar que se o erro é
frustrante, a satisfação “ardilosa”. As surpresas podem ser adversas por serem
portadoras do Risco. Ao mexermos no Domínio
do Conhecimento, por muita precaução tenhamos, o azar está sempre presente.
Funciona como uma remuneração atribuída à satisfação da curiosidade humana na
indagação do Conhecimento. A tal medalha de faces.
Só
que, as experiências com vista à Sabedoria, nunca falham. São factos. Os
resultados é que podem não emergir conforme nossas conjecturas, e, nesse caso,
pode sobrevir o Risco.
Toda
esta lengalenga para concluir que efectivamente, a “Sabedoria é irmã do Risco”.
E, para demonstrá-lo, não necessito recorrer a justificações artificiais com
cunho idealista, porque elas estão à vista.
Repare-se
na perigosa realidade em que se encontram as circunstâncias do nosso Planeta e
toda a Vida que nele existe ou faz por isso. Está em fatídica “lentidão, a
calcorrear caminho da extinção em massa.
Consequência
de que, realmente, “A SABEDORIA É IRMÃ DO RISCO.
Sobra
alguma dúvida?!
Acredito
que não.
António Figueiredo e
Silva
Coimbra,02/01/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço
por não usar o AO90
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