“…A PROVIDÊNCIA DIVINA…”

 

O Saber, aprende-se com os mestres e com os livros.

A Sabedoria aprende-se com a vida e com os humildes.


(Cora Coralina)

 

 

“…A PROVIDÊNCIA DIVINA…”

(Palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, dirigidas a André Ventura, na disputa às Presidenciais 2021).

 

Foi mesmo! Graças à “Providência Divina”, ao aguçado saber e à distinta e civilizada postura de Marcelo Rebelo de Sousa, que a fanfarronice de André Ventura, apesar de bem artilhada, implodiu e ficou maculada, a rastejar na lama da critica demolidora. Mas já sei que não há vacina que o pare.

O mal de André Ventura, não é o de dizer algumas verdades; é o alto relevo que lhes outorga, e, além disso, exceder-se nas convicções que o movem e não ter presente que, “o que é demais é moléstia” – sobriedade é que o não será.

Ao longo dos debates que observei, elogio, (relativamente), a sua mestria em vender “banha-da-cobra”, sem “obsequiar” os clientes com aqueles simples artefactos que os propagandistas costumam “oferecer” por cada lata de unto adquirida.

Ou é impressão minha, ou está no cadinho da fundição política, uma “peça” idêntica a um Trump.  A sua inalterável rudeza em nada contribui para certificar a credibilidade das suas “boas” intenções, além de lhe salinizar as interposições no decorrer dos debates.

Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, escudou-se optimamente dos dardos seu antagonista, e, com o cavalheirismo que lhe é peculiar, aliado à educação e complacência, conseguiu manter o “SR. DEPUTADO”, (como se lhe dirigia Marcelo), uma razoável distância “kilométrica”, colocando-o no lugar devido. Gostei.

 No meu juízo, entendo até, que André Ventura devia tê-lo ressarcido pela aula de boas maneiras que lhe ministrou; pela lição sobre a forma como devemos comportar-nos quando é necessário defender os nossos pareceres, sem agressividade e sem atropelos; como colocar-nos no lugar do próximo, sem ocupar o seu lugar.

Acredito que a lição lhe tenha ficado entalhada na mona para toda a vida, e entendo que será dever de André Ventura  agradecer à ”Providência Divina”  e  à “simplicidade” natural de Marcelo Rebelo de Sousa, pela paternal leccionação.

A exemplo: apesar de não ser uma pessoa estudada, contemplo o “Tino de Rans”, como uma boa pessoa, de uma franqueza límpida e com uma postura muito mais civilizada do que André Ventura, apesar da sua simplicidade linguística - não confundir com desvigorosa.

São conceitos meus. Contudo, tenho de os expor, quando não… não fico em paz comigo mesmo.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 07/01/2021

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Obs:

Sou contra a usança do AO90.

  

 

  

 

 

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