A CAUSA JUSTIFICA A MORTE

 

Todo aquele que não se imolou para ostentação e

trabalhou para ser lembrado, viverá para sempre.

(A.   Figueiredo e Silva)

 

A CAUSA JUSTIFICA A MORTE

(Matutação “patológica”, porém surrealista, motivada pela “reclusão”)

 


    Ela, mesmo sem obedecer a quaisquer regras da Constituição, está sempre isenta de culpas. É uma Deputada Natural, que bem ou mal, decide o fim do ciclo da nossa da nossa última respiração. Algumas horas após nos ter retirado derradeiro batimento do coração, incumbe os próximos “inocentes” da capitulação, a puxar ou a mandar puxar, a corda para que faz dobrar os sinos (grandes ou pequenos, consoante a dimensão dos campanários), cujo retumbo, em desgostoso tom, faz ecoar o hino patológico à sua vitória sobre a vida. Vitória essa, pela qual nunca foi, não é, e jamais será, responsabilizada.

A vitória da morte sobre a vida, é semelhante à imunidade de um Deputado; esquiva-se a qualquer julgamento, pela sua consagrada isenção de culpa. Esta nunca é dela.

No exercício das suas funções, antecipadamente ela “ordena” ou entrelaça sempre uma fiarada causal, que a purifica e isenta prontamente do cometimento de tão “trágico” acto, que é a cisão da vida a qualquer ser.

Se eu desconhecesse que ela tem vindo a ceifar a existência desde do limiar da Criação, até poderia ponderar: querem ver, ás tantas veio solicitar opinião aos políticos *(Parlamentares) portugueses - sabe-se lá!? Parece que aprenderam pela mesma cartilha. Mas, por ironia do destino, não foi isso que sucedeu. Existe aqui um leal vínculo, intimidade ou apadrinhamento, nos critérios que me levariam a pensar isso, se realmente eu fosse tosco – que ainda não sei!?

A morte, vista como um “elemento” assassino sobranceiro, frio, imperturbável e intransigente, cujo objectivo consiste em esfouçar tudo quanto existe com vida – ou vegeta -, não deixa de não considerada um mal, principalmente para os seres racionais mais dominados pela aspiração do sentimento materialista – por vezes sem sentido; se, vista como um elemento misterioso que a Natureza criou predestinado à renovação da existência, já pode ser entendida como um bem – se assim não fosse, como caberíamos cá todos, se mesmo assim, andamos aos coices entre nós!?

Eu acredito que o “embarque” pode ser custoso para quem “desancora” (e também para quem se despede, quando tem tempo para o fazer), dependendo da causa com que a morte se serviu para o finamento, mas estou crente de que a viagem será confortável, silenciosa e com um fim bem definido, muito embora, para o comum dos mortais, continue a ser enigmático e insondável. Ultrapassa a compreensão Humana. Mesmo assim, tenho interiorizado que a morte é o único sinete que certifica a vida. 

Apesar da relação parecer antagónica, a realidade é que uma não pode existir sem a outra. Conquanto que, com extrema amargura (para alguns), temos que aceitá-la com complacência, sem, no entanto, não renunciar à tenacidade para dar rumo aos dias vida que em nós ainda subsistirem ou restarem.

O Equilíbrio Natural e Universal, é precisamente resultante da junção entre o bem e mal, o mais e o menos, o melhor e o pior, o destruir para criar e o morrer para dar vida, sem, contudo, estas singularidades integrarem uma destruição do Absoluto. Antes pelo contrário, fomentam a Existência do, e em todo o Universo. É por estas razões que estou em concordância (absoluta), com o pensamento de Antoine-Laurent de Lavoisier.

 Pelo que acabei de dizer, admito que a causa justifica sempre a morte e olho o mistério desta mutação, ainda que considerada “fatídica” pelo o ser racional (como penso que sou), considero-a como um bem da Natureza para o Equilíbrio e Renovação Universais.

Logo, A CAUSA JUSTIFICA A MORTE.

Contudo, não quero finalizar sem dizer que, se a morte pudesse ser julgada pelo ser vivente e pensante, e condenada com dureza, já teria sido já teria sido decapitada desde o Princípio.

Porém, também acrescento: não restaria ninguém para falar.

Como este pequeno excerto é tão só uma reflecção e não uma asseveração, deixo ao critério do ledor, dependendo da fertilidade da sua mente, pensar o que entender.

 

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António Figueiredo e Silva

Coimbra, 26/01/2021

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ou

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90


 

 

  

 

 

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