PORTUGAL, O PAÍS QUE TEMOS
“O mestre disse: Por natureza, os homens
são próximos; a educação é que os afasta.
(Confúcio)
PORTUGAL,
O PAÍS QUE TEMOS
PORTUGAL, THE COUNTRY WE HAVE
PORTUGAL,
DAS LAND, DAS WIR HABEN
ПОРТУГАЛИЯ,
СТРАНА МЫ
Esta
citação, postada no facebook, que
religiosamente guardei, fez-me reflectir (mais uma vez), na segurança geral e
na equidade da justiça, d’O PAÍS QUE TEMOS.
Não posso estar em desacordo com o criador
desta frase, que, pelo que tenho constatado, ou estou demente da massa cinzenta,
ou não é embuste.
Não só por “palpite”, mas por razões
várias que a isso me levam, alinho mais na segunda presunção. É verdade que as “couvadas”
acima descritas, têm vindo a acontecer e não é porque a polícia tenha mêdo ou
não possua meios para refrear esta bandalheira anárquica que tem vindo abusiva
e descaradamente, a polvorizar e fazer explodir o sossêgo e a paciência da
comunidade portuguesa. Assim não dá. Isto…tem…de ter…algum… fármaco, para o
tratamento da moléstia; se outro meio não houver, a traulitada
Afinal o que se entende por liberdade? Se
é essa “panasqueirice” anárquica que
p’raí anda, sem respeito por ninguém e muito menos pelos princípios estabelecidos,
então venha a ditadura - que não desejo - mas não contemplo outra forma de
dominar esta escumalha, esta ralé, de selvajaria criminosa, desordeira,
irrequieta e irresponsável. Não, não me apoquenta uma ditadura, não. Já passei
por ela, senti o sabor amargo e o odor bafiento opressivo da autocracia, mas,
pelo menos, a sociedade andava mais tranquila; havia respeito e havia ordem. Os
que não honrassem estas premissas por índole própria, “respeitavam-nas” pelo
mêdo. Quem não se desse ao apreço, “merendava” pela medida grossa, até chiar.
Era impensável desrespeitar a autoridade, circunstância esta, que não têm vindo
a verificar-se; antes pelo contrário, a insubordinação tem vindo a amontanhar-se.
Esta organização de protecção e defesa dos direitos, tem deveres a cumprir,
para manter a segurança e o sossêgo dos cidadãos e defendê-los contra essas
hordas de vândalos que por aí andam à rédea solta, sem rei nem roque, a fazerem
as patifarias que lhes dá na real gana, e com desfaçatez ainda arreganham o
trinca-palha, como insígnia solene de prazer e vitória consumados. Reconheço
que a culpa não é dos elementos que integram os organismos de segurança, porém
da governação, que lhes tem quartado a autoridade, através de legislação – pelo
menos chamam isso – cujo espírito de condescendência, tem vindo a proteger toda
a casta de delinquentes, arruaceiros e energúmenos.
Por outro lado, também não compactuo com a
corrupção, que, é do conhecimento geral, tem vindo a trabalhar no escuro, para
a delapidação da economia e desarticulação de grandes instituições de prestação
de serviços aos cidadãos.
Eu sei que, por enquanto, esta espécie de
democracia ainda me permite ir “ladrando” – até quando, não sei. Mas não é por eu
latir, que se resolvem os problemas; eles continuam como se nada houvesse
acontecido e a borrasca continua a cair. Mas também digo, onde não existe
educação, não pode haver democracia; porque o civismo dissipa-se, por força das
circunstâncias, que têm um pouco de tudo; são frouxas, corruptas, vandálicas e
permissivas.
Prefiro um governo despótico, mas
responsável, do que uma governação de “cabresto aberto”, mas que me suscita
dúvidas em confiar. Sinto a minha protecção e a minha tranquilidade a esvaírem-se
lentamente.
É que, somente ter liberdade de expressão,
- aparente - para mim, não constitui uma democracia. A democracia é muito mais
do que isso; é tida como sendo um regime político, em que os cidadãos têm
interferência na governação, através da escolha de representantes por sufrágio
directo e universal. Não postula que seja uma administração construída à ultima
hora, com cartas de baralhos e naipes diferentes. O resultado é o que se pode
ver. Nunca vi tanta cainça raivosa à “solta”, a comer à custa do orçamento e a
fazer o que lhe dá na corneta. Vivemos “alegremente” enganados, dentro de um
vazio democrático que não faz sentido. Enquanto me sentir espartilhado pela
insegurança, com a mente avassalada pelas dúvidas, angustiado pela intolerância,
insatisfeito com a ausência de paridade na justiça, aterrorizado e reticente
quanto ao futuro, revoltado com o apodrecimento da seriedade naqueles que
deviam ser os primeiros a manifestá-la e não a têm, a democracia não existe.
Logo, não sou livre.
Pode alguém, carregado de ironia,
argumentar: “se não fosse a democracia,
que te concebe a liberdade de expressão (já bastante velada), não estavas aqui a proferir estas
“baboseiras”. Certo. É verdade que não. Mas também é verdade, que não sentiria
carência de as proferir, porque o mundo “bandalho”, não estaria tão abandalhado
como ora acontece, a ver pela existência consecutiva de ocorrências de pulhice,
que são do conhecimento público e deram origem à instauração de processos
judiciais, em que uns estão de môlho por serem muito “salgados”, outros deram
em águas-de-bacalhau e outros aguardam o desfecho e não se sabe o que dali vai
sair - mas já se pode ajuizar.
A todos quantos esse recado lhe aflorar à
imaginação, só tenho para redarguir: deixem-se de histórias - digo isto, com
deplorável sentimento - mas o democratismo, com a “saúde” enfezada e
tuberculosa, ou mesmo podre, que apresenta, a meu ver, não irá servir
condignamente o futuro dos vindouros.
Uma anarquia mestiçada e enraivecida,
cavalga a todo o galope, montada no lombo da complacência. Isto não devia
acontecer. Não pode acontecer. Apareça
quem ponha mão nas rédeas com severidade, porque que assim não serve.
Quanto a mim, que por causa do peso dos
anos, já não me seguro bem nas canetas, mais dia, menos dia, farei parte dos
escombros da memória; mas, enquanto bulir, vou fazendo a minha parte para que
isso não venha a acontecer – que duvido.
Contudo, este é O
PAÍS TEMOS, e, naturalmente, não aquele que desejaríamos ter. A culpa
é nossa, porque comprámos a banha-da-cobra.
Lamento!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 28/05/2020
Nota:
Não
uso o AO90
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