CONSTITUIÇÕES, LIVROS SAGRADOS E QUEJANDOS


Somente os tolos acreditam que a política e a religião
não se discute. Por isso, os ladrões continuam no poder
 e os falsos profetas continuam a pregar.
 (Charles Haddon Spurgeon)

CONSTITUIÇÕES, LIVROS SAGRADOS E QUEJANDOS


            Invenções do ser humano poluído de vícios e imperfeições, com um predicado que o mina desde a sua germinação, que é ser um grande apreciador da teoria sofística, que alguns elementos mais habilidosos põem em pratica, e, ao que parece, tem dado resultados positivos – para eles. É precisamente com tijolos de sofisma que são erigidas – onde elas existem -   as Constituições, cujos regulamentos são de tendencioso latex e elaborados por medida, para servirem os interesses de uns quantos, supostamente pertencentes a uma “aristocracia” cuja palavra apenas assenta no termo gramatical, porém sem relação alguma com a realidade que se nos tem deparado.
Aquele “livreco”, no meio de tanta “trampolinada” redigida, assevera o sim, contrapõe com o não ou opta pelo “nim”, consoante as ocasiões e os motivos que fazem rodar as conveniências, dentro do círculo de toda uma estructura governativa ou desgovernativa, como tem sido o caso de Portugal – que infelizmente não é único.
Isto acontece, precisamente devido ao emprego de uma “sabedoria”, que aparenta pugnar pela igualdade de deveres e de direitos para todos, no entanto, tem sido sobejamente demonstrado que isso é uma falácia, porque não é para todos, mas para alguns. O resto é uma miragem análoga à de um arco-íris, que lamentavelmente muitos sonhadores ainda correm para ele até perderem o folego, na vã tentativa de colherem algumas cores.
Com os Livros Sagrados é presumível a sua vinculação, com uma muito mais apurada ciência filosófica, em que todos as doutrinas escrituradas também pugnam pela verdade, pela igualdade, pelo direito ao Ser, e isso também não tem acontecido.
Jamais poderia o Homem ter “conhecimento” de uma Divindade, se essa doutrina não lhe tivesse sido transmitida, quando não, limitava--me a olhar para o firmamento, sem sentido nenhum da existência de alguma coisa, nem mesmo de si próprio. Eu sei que o acreditar, faz falta e completa o sentido da vida e da vastidão do Universo.
Porém, toda a informação que chegou até ao Ser Humano, foi transferida, através do próprio Homem ao longo dos tempos. Ora, sendo o Homem um ser defeituoso, é suposto, não… é óbvio, que na herança doutrinal, também existam defeitos, podendo ocorrer que cada decifrador ou escriba, o tenham feito à sua maneira e segundo as suas aspirações que ao longo dos séculos os foram minado – e continuam a minar.
Ora, é tido por certo que estes cartapácios sofreram alterações no seu contexto filosofal, que, embora mantendo na sua essência a doutrina do bem, podem, como hoje ainda pode ser observado, interpretados como bem, para o mal.
E é isto.
As doutrinas legais ou ideológicas, podem ser segmentadas em ensinamentos, regulamentos e princípios, mas estes não obedecem a regras matemáticas, porém, a uma sabedoria ligada a uma “verdade”, que a própria verdade pode desarticular ou mesmo destruir.
A única realidade que é indestrutível, é, na “verdade”, a Essência da Verdade.na sua verdadeira essência.
Esses livros, que servem de título para este artigo, contêm-na; mas invulgarmente é empregue. Servem apenas de repositórios de boas ou más, mas não passam de meras intenções.
Nunca sabemos o que está adormecido nas entrelinhas. 

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 11/05/2020
Nota:
Não faço uso do AO90.




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