PICO OU PLANALTO?!
“A certeza é fatal. O que me encanta é a incerteza.
A neblina torna as coisas maravilhosas”.
A neblina torna as coisas maravilhosas”.
PICO
OU PLANALTO?!
O
CIVID-19, cá em Portugal, não expele leis. E o resto é conversa.
A Sra. Ministra da Saúde disse, em fins de
Março, deste ano, que, “a incidência
máxima da infeção será adiada para o final de Maio” (TVI).
Em
meados de Abril, anunciou que Portugal terá ultrapassado o pico da pandemia do
coronavírus e que “estamos na fase de
planalto” (SIC notícias).
Agora, o vírus que se mantenha quietinho e
calado enquanto está no planalto (a tomar balanço), e que vá fazendo das suas
enquanto não é corrido pela encosta abaixo antes de atingir o pico. Estou
convencido de que ele conhece bem a fibra de que a Sra. Ministra da Saúde. Não é
p´ra brincadeiras!?
Por isso, certamente que este sacana deverá
manter-se no “planalto” até que sejam emanadas ordens em contrário, para então podermos
encetar uma árdua e onerosa escalada alpinista, com algumas hipóteses de
alcançarmos o Céu. Mas isto é lá para fins de Maio – uma ordem é uma ordem.
Penso que deve ser este o conceito que
pretende a Sra. ministra Marta Temido, querer transmitir a quem a ouve. Pelo
menos eu, assim o alcanço.
Oh, mas cá p´ra mim, nem uma coisa nem
outra!? É p’rárrazar - penso. Só penso, claro!?
Mas também arrisco a dizer, que não será
necessário ser-se muito inteligente para saber que, dada a imprevisibilidade do
vírus e as suas consequentes mutações, nunca se poderá prever, a não ser no fim
da crise (sabe-se lá quando), onde se situaram o “topo” ou o” altiplano”.
Só sei que, por agora, ele continuará a
voar baixinho e com sérias ameaças de prosseguir a sua fatídica varredura por
onde passa. Pelo que tem sido dado observar, ele não é cego de todo, porque não
tem usado de imparcialidade na diligência das suas intenções; foi criado, não
do nada, como naturalmente deveria ter sido, mas de alguma realidade maléfica
retida na maldade existente na mioleira do ser humano, menos humano. Foi
programado p’ra expurgar o sarampo à imprestável velhada, quem anda por cá a
comer de borla sem fazer a ponta d’um corno; a jogar à sueca, alapada nos
bancos dos jardins, nos lares, encostada pelas esquinas ou a afogar a sua vida
sedentarizada, turva pelas cataratas e emperrada pelas artroses da vetustez,
nuns púcaros de tinto ou numas cervejolas. Isto em Portugal, nos outros países
não sei, nem quero saber; contudo, ao que parece, a “peste grisalha” também é
um bico d’obra.
Já trabalharam muito? Já. Já sofreram
muito? Já. Já comeram o pão que o Diabo amassou, p’ra contruírem este Portugal,
que uma cambada de salteadores tem desbaratado e roubando descaradamente?
Também, já. Já passaram por muitos “jás”! “Mas agora não prestam”. Não produzem
e só “esbanjam”, - o que já descontaram.
E o “vírus” sabe disso.
A “peste grisalha” não interessa a
ninguém; nem à AT daqui, nem ao FMI, nem às finanças japonesas, nem à economia
chinesa.
Este ácido, p’ra todos os bandalhos, foi
uma criação benéfica; veio resolver parte do problema económico global e nada
mais.
Por isso, qual pico, qual planalto, qual
carapuça?! Nem o mais prestigiado oráculo consegue prever o que deste ácido vai
resultar. Benéfico não é, mas é a única certeza de que todos podemos dispor.
Em ocasiões de calamidade, aparecem sempre
adivinhos que são hábeis em prever o que não acontece.
A crise a sério ainda está p’ra vir… e p’ra
durar.
Acho muita piada a estas palavras
oraculares, “Pico e Planalto”.
A minha perplexidade perante tais
vocábulos, espraia-se na convicção destas palavras serem tidas como certeza,
quando no campo viral, a certeza jamais pode existir.
Também pode ser que a minha compreensão esteja
deformada devido à insularidade “compulsiva” a que tenho estado sujeito, (por
bem, a verdade seja dita), p´ra fugir a este veneno “amalelo”, que tem andado com desmedida insolência a penitenciar
todo o mundo.
Por cá nem por isso, porque a Sra. Ministra
da Saúde não tem deixado; se não, era um “vê se t’avias”!?
Não temos outro “rumédio” a não ser ficarmos quedos no “planalto” e esperar pela
nova deliberação vaticinadora e coerciva da Sra. Ministra da Saúde, que tem
valor legal, respeitante à nova data, que permita o vírus alcançar o “pico” ou rebolar
pela encosta abaixo – que não creio.
A
VERDADEIRA CRISE, AINDA NÃO CHEGOU.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 23/04/2020
Nota:
Não
uso o AO90
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