"MEA" CULPA
“Só
quando somos surpreendidos por uma necessidade,
é que sentimos a importância de ajudar o nosso
próximo”.
(Wiley
Chistian Gil)
MEA CULPA
Eu,
eu estava já a afiar o bico da pena de ganso para picar a pele do Sr. Wopke Hoekstra,
Ministro das Finanças da Holanda, e acabei por deixar “tombar” o braço que a
suportava em consequência de ter sido aniquilado por um sentimento de
admiração, pela nobreza da atitude desta figura, que tão contestada foi; até eu
engrossei o monte dessa contestação – sem estar pesaroso; até ver!?.
Afinal, creio que me enganei. Não quanto
às miseráveis palavras que irreflectidamente pronunciou, mas quanto às qualidades
do carácter desta figura, que eu pensava ser mais um fedelho inserido na
política para ter uma vida sumptuosa à custa do seu povo, como por cá tem
acontecido.
Não. Este homem não julgo ser desses, -
por agora - a analisar pelo seu comportamento corajoso em escusar-se e assumir
a responsabilidade pelo peso negativo que tiveram as suas palavras, nos
governos e nos povos da União Europeia.
Não posso deixar de o louvar por isso, e colocá-lo
no lugar que que lhe é devido, como homem de bem, pela integridade que parece
incorporar. Porque, para ser humano é necessário conquistar essa dignidade;
ele, apesar de ter errado, ao assumir o seu erro, conquistou-a, - ainda que não
cabalmente - agindo em relação aos povos da UE com expressa modéstia,
capitalizando espírito de humanidade – a meu ver, não inteiramente autenticado.
Políticos desta dimensão, podem haver
muitos, mas eu ainda não vi nenhum.
Por isso, em vez o condenar, como havia considerado
fazê-lo, é meu dever refrear os meus impulsos de sublevação e elogiá-lo. Só
espero que ele não se fique pelas desculpas, porém, que procure de alguma
forma, aplainar as perturbações provocadas pelo o erro praticado, proveniente
da sua obstinação em relação à atribuição dos “coronobonds, aos países que, em intensa aflição, lutam com todas as
forças, contra os efeitos uma pandemia devastadora, como outra não houve na história
da vida humana.
Amanhã pode acontecer que o vírus
atravesse os diques da Holanda e inicie uma razia na população do seu país,
sendo previsível que depois todos os “irmãos” europeus lhe voltem as costas, podendo
daí sobrevir a quebra da força que nos une: A UNIÂO EUROPEIA.
Não é só pedir desculpas; são necessários
actos que possam autenticá-las.
Pessoalmente não gostava que isso viesse a
acontecer.
Sr. Wopke Hoekstra… pense nisto!
Amanhã poderá ser tarde.
Ajuízo ter-me feito compreender.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 01/04/2020
Comentários
Enviar um comentário