COM OU SEM MÁSCARA, TANTO FAZ!?
“Ser
coerente com aquilo que se fala é primordial
para
ser levado a sério. Se alguém te disser “faz o
que
eu digo e não faças o que eu faço,” não faças
nenhum
dos dois, pois a falta de coerência está
intrinsecamente
ligada à falta de credibilidade”.
(Rafael
D’Angelo)
COM
OU SEM MÁSCARA, TANTO FAZ!?
Acho
uma certa graça, ainda que mórbida, mas não deixa de não ter direito a um
gracejo, às contradições das pessoas que se apresentam como entendidas nos mais
diversos assuntos ligados à saúde, independentemente do foro a que pertencem, e
quando arengam, com alguma frequência entram em contradição e dizem coisas que
não entram nem na cabeça, ao Diabo, que não conheço de lado nenhum, quanto mais
na minha.
Eu, apesar de ficar perplexo com certas
reflexões traduzidas em palavras sonantes pela Sra. Dra.(?) Graça
Freitas, Subdirectora-Geral da Saúde em Portugal, a minha
perplexidade, transforma-se em plangente condescendência, porque de nada vale o
linguajar, se não procedemos em conformidade com as nossas “doutrinas”, que são
o reflexo do nosso conhecimento, do nosso saber, da nossa compreensão. É que, a
erudição, as “sentenças” e os propósitos, têm de estar perfilados, para que a
nossa reputação seja aceite com fiabilidade plena, em função de factos que a
suportem.
Então porque, “…não,
não devemos estar alarmados…” com endemia global, se a
terra é redonda?
“O
que deu origem à pneumonia atípica, esse sim, era bastante preocupante porque
se transmitia de uma pessoa para outra; não é o caso do novo Corona Vírus”. E
este, não preocupa? - Questiono.
“…não
há grande possibilidade de chegar um vírus desses a Portugal”. Mas
veio, em expresso e pela surrelfa, não foi? E agora?
As
“máscaras podem ter um efeito demasiado tranquilizador” e dar uma “falsa
sensação de segurança”. “To be or not to be, that's the
question.
(William Shakespeare). Devemos ser claros, concisos e
objectivos, quando não, o palavrório não surte o efeito desejado
O ziguezaguear nos carris de linha de
pensamento verbalmente expresso, – oral ou escrito - contribui para um
descarrilamento na confiança de quem nos ouve ou lê, levando a que arrisquemos
– que é sempre o mais certo - a sermos chancelados com o carimbo da
incompetência; sinête que em nada nos dignifica.
É que o saber tem muito que se lhe diga;
esta virtude não diz somente respeito aos laureados com um canudo, porque nem
sempre a “albarda faz o burro”. Esta verdade, está mais do que comprovada.
A sabedoria
é mais do que isso. A erudição, não é mais do que ter o conceito claro de
conhecer uma realidade e tentar dominá-la, quanto estar ciente de não a
entender e admiti-lo, recorrendo à humildade da nossa “cegueira” intelectual;
porque ninguém sabe tudo.
Há declarações com muita graça, não há?
Com máscara ou sem máscara e com ruas
desinfectadas, são procedimentos que não adiantam nada.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 29/03/2020
Obs.
Faço por não usar o AO90
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