O VÍRUS AINDA SE VAI LIXAR
“Age
antes de falar e, portanto,
fala
de acordo com os teus actos”.
(Confúcio)
O
VÍRUS AINDA SE VAI LIXAR!?
(Uma
crónica ceboleira, para suavizar o desconforto da incerteza).
“De
a acordo com os dados de que dispomos agora, a incidência máxima da infeção estará
adiada para maio”. (Ministra
da Saúde).
De acordo com a notícia divulgada pelo
Jornal Económico, a incidência máxima da infecção pandémica ficou adiada para Maio.
Com alicerce nos dados recolhidos, esta “medida”
foi analisada e transmitida pela Sra. Ministra da Saúde a todos os portugueses,
incluindo mesmo naqueles que pela sua avançada idade já passem os dias dormitar,
enrolados numa manta – quem tem.
É bom saber que a Sra. Ministra da Saúde,
e talvez das dores de cabeça, já diluiu o seu precioso tempo em exaustiva
investigação, para ter chegado a este raciocínio tão pragmático e de uma espontaneidade
fora do comum – se calhar enganei-me!?
Fico deveras exultante, por ter conhecimento
de que vou passar um grande verão na Praia das Chocas (na Ilha de Moçambique,
para quem não saiba), se até lá, o que ela declarou, não sair furado, que é o
mais certo. É que u vírus é especialista em pregar muitas partidas de azêdo paladar.
No entanto, louvo o seu talento nato para
preconizar, com a certeza (alguma) dos factos; não é como o já pouco badalado Zandinga
ou como a já passada “taralhóloga” Maya!?
Não. Esta distinta Sra. não joga as cartas,
nem atira para o éter palpites de incerteza; o que tem dito, tem saído “certinho,
direitinho”. Se por eventualidade não coincidem “as vozes com as nozes”, é
porque houve uma mudança de ideias ou porque o vírus mudou a sua trajectória.
Grande sacana (o vírus).
No meu tacanho compreender, que não fica
nada em débito à ciência, esta figura do nosso elenco governamental, foi muito
bem escolhida para o honroso cargo que faz o “favor” de ocupar. Ministra da
Saúde. Muito bem.
A Sra. Ministra é muito simpática e
aparenta ser calma e de “forte” convicção, nas suas respostas, quando
questionada, ou nas advertências, quando tem de as transmitir aos seus “súbditos”
com recurso aos “importunos” jornalistas, que são chatos como a potassa; é
possuidora, não direi, de um diálogo não muito convincente, fluente ou pausado,
porém enfadonhamente virgulado, em que cada vocábulo tem infalivelmente, direito
uma vírgula – deve ser um gesto de igualdade para com as palavras componentes
do paralapié. Também é possível que as vírgulas sejam a mais por uma questão de
preenchimento do tempo discursivo com pouca trêta. É provável. É uma forma de
auto-defesa.
Apesar de todas estas “virtudes”, como não
existe outra semelhante, merece a minha credibilidade.
Acredito que quando chegar o fim do prazo
da “Notificação Ministerial”, que esse venoso COVID-19, comece a baixar nos
seus estragos, ou então que lhe seja cortada a sua residência temporária (?) em
Portugal e coagido a ir pregar para outra freguesia.
Como tenho estado em quarentena e não
tenho mais nada para fazer a não ser chatear o parceiro, - neste caso a “parceira
- estarei atento.
Se isso não suceder, voltarei a dar com a
língua nos dentes – como já não tenho nenhum, com a língua no palato.
António Figueiredo e Silva
Coimbra,
28/03/2020
Obs:
Não uso o AO90.
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