A FAMÍLIA
No
dia em que a tua família deixar de estar em
primeiro
lugar na tua vida… volta atrás,
porque
te enganaste no caminho.
(Autor
desconhecido)
A
FAMÍLIA
Hoje,
atacado por uma “embriaguez” cerebral, deu-me na moca dissertar sobre o
conceito de família, que nos tempos que correm tem andado pelas ruas da
amargura.
Esta não representa mais do que um grupo
social, interligado pelos valores genéticos, tendo como factor principal a
estima, que tem um peso muito acentuado na ligação entre os indivíduos do mesmo
clã - é comum a sociedade proferir, que o mesmo sangue lhes corre nas veias.
Não é de todo inverdade que entre
elementos pertencentes à mesma estrutura clânica, não possam existir conflitos,
como embirrações, desconfianças, cobiça e até uma determinada rivalidade
encapotada, que com alguma boa vontade e mútua compreensão, podem ser
ultrapassados. Catalogo esta condição parental de: “Estado da Hipocrisia Afectiva
do ADN”.
Porém, também não deixa de não ser verdade
que as criaturas da mesma ascendência, na sua maioria, reconhecem os defeitos e
as virtudes entre dos seus elementos; contudo, perante a comunidade, em
acérrima defesa dos laços genealógicos
que os une e em pleno uso deste EHAADN, garantem, recorrendo por vezes a
patéticos ou agressivos comentários, que com algum azar, podem ser ridículos e
sem credibilidade, a unidade, estabilidade e honra familiares, por muitos
defeitos que a mesma possa conter. Isto é normal, natural, compreensível e
tolerável.
A linhagem, por assim dizer é a acção
catalisadora que solidifica a robustez na ligação da família, e o conjunto de
famílias fazem uma pátria, uma nação.
Para cada família existe em termos normais
e nas nossas práticas, o sistema patriarcal, no qual sobressai um “chefe”, que
deve primar pelos exemplos, tidos como uma cartilha doutrinal, que devem ser
seguidos pelos seus descendentes, quando alguns não degeneram, como pode
acontecer – uma boa árvore também pode dar alguns frutos de má qualidade, e
vice-versa.
Mas não deixo de dizer, que considero o bom
exemplo como a melhor lição que se materializa no fertilizante necessário à
conduta moral e ética do indivíduo perante a sociedade, na qual está inserido;
sendo que essa mesma sociedade é, incontestavelmente, a alma nobre ou degradada
do país onde está introduzida.
O que tem entrado em carência no
aglomerado populacional em relação ao sentido que tenho de família; no nosso
(país) é precisamente a falta de bons exemplos, não só no seio familiar, mas a
todos os escalões colectivos. Essa é a razão principal, de não temos tido
governos de credibilidade certificada; de haver filhos que desconhecem a sua
paternidade; outros que sofrem porque o seu progenitor finge estar presente,
mas tão só se limita a posturas fingidas, que garantem as mais duras críticas
por parte da comunidade e da família. Neste caso, são progenitores que não
deviam tê-lo sido, porque mostram uma coisa e são outra, agindo com atitudes
desidratadas de franqueza, com as quais tentam falsear o seu real, porém
apodrido, estado comportamental, cuja factura um dia irão pagar.
Numa família exemplar, cada membro deve
ter uma noção ampla seu papel perante os valores de ética, moral e comunidade,
pelos quais deve empenhar-se com obstinação, e primar no exercício dos mesmos,
que, para a harmonia e unidade da parentela, são a espinha dorsal da sua união,
procedendo desta, a credibilidade de um povo perante a sociedade e o mundo.
É sabido que, quando sobrevêm ataques
sociais, cuja avidez é especialista em critica, por norma maledicente, sarcástica
e depreciativa, quando infortúnio atinge uns, antes de bater à porta de outros,
este requisito de parentalidade, (Estado de Hipocrisia Afectiva do ADN), é
assiduamente utilizado na defesa dos nossos, mesmo reconhecendo os seus
defeitos no seio familiar. Isto é uma condição natural, que deve ser
compreendida por todos.
Para encerrar esta breve narração cito uma
menção de Martinho Lutero, pela abrangente lição
que dela se pode tirar:
“A família é a fonte da desgraça e da
prosperidade entre os povos”.
E acrescento: mais da desgraça do que de
prosperidade, porque as cabeças não têm juízo.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 10/07/2019
Lamento:
Ainda
não uso as regras do
Novo Acordo Ortográfico.
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