“ALI”
Devido à hostilidade das condições climatéricas inseparáveis da minha já provecta idade, sei que não terei o dissabor de assistir à mutação global que ouso preconizar. Porém, isso não constitui bloqueio que por certo me impedirá de expressar a minha opinião sobre o futuro das sociedades existentes neste planeta, por enquanto azul, espalhadas pelos cinco continentes que nele flutuam à deriva, sobre as convulsivas águas oceânicas; estas, com “notória contrariedade”, os vão suportando, por em quanto, e até ver. Contudo, não é pela escassez de advertências naturais, que durante muitos e muitos anos, Naturalmente têm vindo a ser propagadas.
Quero com isto afirmar, que
a determinação da Desordem Universal não o consente. Tudo usufrui de um
princípio; esse começo, após vários estágios, estritamente obedece a uma “terminação”,
com vista a um novo começo, - reinício -, provavelmente em forma diferente;
isso já não sei!?
Perante a ilimitada e
inocente quantidade de factores que contribuem para aceleração dessa ocorrência
“catastrófica”, o Ser Humano “goza” do primeiro lugar na linha contagem para a
redução desse ponto final entre o caos e o recomeço.
A Natureza está furiosa
com ele; contudo, não se tem reprimido ao lançamento das suas advertências, que
não têm sido tidas em conta; resultando que, todo o Mundo tem vindo a pagar por
isso. A Natureza está mesmo zangada com o Ser Humano.
Isto porque o ôlho intelectual
do Homem, consegue enceguecer os dois que ele possui embutidos na frente do seu
cacifro craniano – eu catalogo esta enfermidade, como miopia mental epidémica.
É de lastimar, mas não é mentira.
Factos “estranhos” têm
vindo a suceder, que, apesar de inabituais, não deixam dúvida alguma quanto à
realidade das consequências que deles decorrem. E, como é de prever, e eu tenho
por prática asseverar, só os factos justificam a razão. E deles, a Natureza não
tem sido somítica.
Se nos detivermos para
observar, podemos constatar que os Humanos andam imersos numa robusta tensão
nervosa, que lhes castra o discernimento e lhes fragmenta o sentido do seu
próprio Ego.
Em tais circunstâncias,
que considero “selvagens”, ele ambula pelas estepes da vida, a medrar, porém, desorientado,
e vai acabar por “derreter” tudo o que a Natureza prodigamente lhe concedeu; a
complementar o fim, com o termo da sua própria existência, rumo à absoluta
extinção.
Porque cada um julga-se
uma unidade única; olha para si como se fosse o próprio Universo. É óbvio que
dele faz parte; contudo, não é o Universo em si; é tão só, um nano-grão de
areia que por ele vai redemoinhando sem orientação, - que se saiba definida.
Desconhece integralmente
a sua procedência e ignora o seu destino; porém, não desconhece que tem um fim,
que, apesar de lhe parecer aparente, por certo não termina ali – “ALI”, é só um dos estágios. Os que certamente se seguirão,
pertencem ao complexo e inacessível mistério Universal. Isto é, estão do
segredo dos deuses. Fora do alcance dos mortais.
Agora, julgo pertinente
questionar:
Porquê a existência de
tanta fome e tantas guerras?
Estas duas facetas germinam
das deploráveis governações a que o Mundo tem vindo a ser submetido, onde está entronizada
uma ganância cruel e sem escrúpulos; dela resulta uma maliciosa distribuição
dos rendimentos, consequente da uma péssima partilha, da dilapidação e desaproveitamento
do excedente, que é deliberadamente lançado na imundície.
Por outro lado, os
humanos estão estigmatizados pela avidez; cada um pensa em si, esquecendo-se de
que mais seres semelhantes existem, e também têm necessidades que podem ser colmatadas
ou minoradas com os excessos dos outros. Aqui há uma desvirtude na canzoada
humana, responsável por esta imoralidade, que é… a cobiça sem controlo. É
querer ter tudo, mais o supérfluo, para no fim não ter nada.
O ter tudo, significa
ter a noção de que, por muito que façamos, por mais que tenhamos, a nossa
existência é efémera. Se o Homem tivesse esta noção, que não é fácil, seria
injustificável empurrar pelas goelas dentro uma “garfada” maior do que aquela
que a sua capacidade comporta.
É assim que encaro o
Mundo Vivente.
É provável que eu tenha uma mente alienada,
mas é esta a minha forma de ver e de sentir, da qual não abdico; mas, defender-me-ei
perante as objecções que “choverem”.
Ultimei. Agora que raciocinem
os lentes.
António Figueiredo e
Silva
Coimbra, 02/05/2024
https://antoniofsilva.blogspot.com
Ou:
Nota: Não uso o AO90
Sem comentários:
Enviar um comentário