PIOR DO QUE AS CHAMAS, É A DRAMATIZAÇÃO PRESUNÇOSA
Os tempos primitivos são líricos,
os tempos antigos são épicos,
os tempos modernos são dramáticos.
PIOR DO QUE AS CHAMAS, É
A DRAMATIZAÇÃO PRESUNÇOSA
Se são dramáticos, que são, há que criar formas tendentes à sua diminuição.
Quando
o palavreado sobre uma catástrofe é pretensioso, converte-se noutro cataclismo
de maiores dimensões, do que os factos que ao palratório televisivo deram
origem.
Não
há nada pior, do que justificar ocorrências catastróficas, com pareceres que visam
acentuar mais o drama e a dor de quem sofre com os resultados acontecidos. Inflam
as suas conjecturas por forma a dar-lhes tanta proeminência, que a tragédia se
pode assemelhar ao bíblico Armagedão.
Fico
deveras estupefacto, ao ouvir as análises de (“garbosos comandantes” e outras identidades
de gabinete), peritos, ou com conhecimento em sufocação de labarêdas, e as
proibições governamentais que foram tomadas à pressa, sobre esta tão real, melindrosa
e dramática matéria.
Nada
do que os “ilustres comandantes” argumentaram, e as concomitantes medidas que
pelo Governo foram tomadas, irão diminuir os incêndios nas nossas. A meu ver, não
passam de visões astigmáticas, onde a verdadeira realidade não penetra.
Como
se já não bastasse os incêndios para “incinerar” o sossêgo emotivo daqueles que
por perto deles habitam, aparecem então os, não analistas, mas dramatizadores,
com ideias, que a meu ver, não fazem sentido; porque que não vão resolver o
problema incinerador. Mas, fazem-no crescer de tal forma e com tanta ênfase,
que até dá impressão que o Céu vai derribar.
Argumentam
sobre os fogos de artifício, – que sempre existiram, e as florestas também -,
alegando que constituem um desrespeito pelas vidas que se debatem no apagamento
das chamas; defendem não passar com tractores ou máquinas similares pelos bosques
– que também sempre andaram, e não havia incêndios como actualmente se vêm; não
usar maquinaria com lâminas nos matos ou onde exista arvoredo – certamente que as
florestas vão ser limpas à cacetada ou com recurso a rebanhos de cabras; não
fazer queimadas de resíduos, mesmo que não sejam feitas no interior dos matagais,
- que sempre se fizeram e nunca apresentaram um risco de deflagração incendiária,
como tem vindo a acontecer e a aumentar na actualidade.
Enfim,
arrazoam tudo o que lhes está ao alcance, para defender com acentuado dramatismo
e uma determinada vaidade, a sua causa, - que acho bem. É de direito cívico,
que todos devemos ter o direito a isso – até eu, que estou p’ràqui a
arengar.
Contudo,
a nenhuma destas “personalidades de suma importância”, ocorreu uma única
palavra acerca do essencial: A CRIAÇÃO DE LEGISLAÇÃO CONTRA OS PIRÓMANOS.
Se
um dia, este meu conceito se converter em realidade, e a sua aplicação for dura,
e irremissível, - não só em Portugal, mas em todo o Globo -, o deleite do piromaníaco,
procedente das florestas flamejantes, abrandará.
Tenho
a certeza.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
03/07/2025
Nota:
Não
uso o AO90
Comentários
Enviar um comentário