O BOTAS
“Os piores canalhas que conheci,
estão na política”.
(Francisco Moita Flores)
A inteligência, não se avalia pelos diplomas,
mas pelo que deles possa abrolhar.
(António Figueiredo e Silva)
“O BOTAS”
A genética é levada-da-breca! Surpreende até, as mentes mais sábias!
É frequente, rebentar uma boa e robusta árvore, de onde se esperava um
reles e raquítico arbusto.
Não é paradoxal ou fantasia poética; quando a Natureza executa o seu
traçado genético, jamais alguém o consegue modificar.
Não é todos os dias, mas ocorre; seres que germinaram de “olhos fechados
e mente em criação”, conseguiram atingir um nível de intelectualidade invejável
e um comportamento moral, de tal forma grandioso, que ainda hoje fazem fluir cobiça
a muita gente infectada por mazelas no raciocínio. Compreendo e até respeito,
esses diferentes modos de raciocinar, porém, não vou encapotar a minha opinião,
que sempre entendi ser meu direito inalienável.
Naturalmente que, “no tempo da outra senhora”, talvez o não pudesse
fazer com a amplitude angular que hoje faço, porque o espaço crítico, sem
dívida, era bastante condicionado pela censura. Eu sei. Mas vivi esse tempo e
nunca ninguém me importunou, apesar de em mim já existir este espírito contestador
e eu nunca ter feito a sua contenção. Muitas vezes não é o que se diz, mas a
forma como se expõe. O insulto, - encapotado
ou não -, o achincalhamento - seja de quem for -, por prazer mórbido, e a destruição
propositada de uma pessoa, (sem razão absoluta), são linhas que nunca serviram
de orientação para meu trajecto na sociedade. Foi assim que meu pai me ensinou,
- paz à sua alma.
Só uma pausa:
Os tempos eram outros. Não foram fáceis. Procurava-se trabalho e era
difícil de encontrar. Agora, há muito trabalho, mas a vontade de o executar
entrou em falecimento prematuro, - mas veloz.
Prosseguindo:
A Segunda Guerra Mundial terminou, mas deixou a quentura do seu borralho,
que mantinha Europa, política e economicamente rastejante.
Foi aí que o filho de um agricultor, que por “doutrina” de mentes rasas,
só poderia ser lavrador também, se lançou com toda a seriedade, convicção e
firmeza, na estabilização da Pátria que o viu nascer, e na implantação da harmonia
entre o povo que dela fazia parte. Obstinado, mas de grande honestidade, fê-lo
ao serviço dessa nação, (Portugal), sem nunca dela se haver servido, - como
actualmente é usual, em quase toda a classe política.
“O Botas” sempre
foi pobre, e não morreu rico – é histórico e louvável!
Repressivo, sim. Porém, não tanto quanto apregoam. Foi precisamente essa
repressão que naquele tempo vedou a entrada e prática da teoria marxista em
Portugal.
Não sou historiador, mas acompanhei durante a minha vida, (pode ser que prossiga
mais, sei!?), toda a evolução, e a “involução”, que culminou com o afundamento
da nossa economia, da nossa estabilidade política, da nossa paz social, e nos
colocou no patamar dos países mais, - já não digo miseráveis -, mas mais pobres
da Europa.
Nesse tempo, Portugal, ainda que “pequeno”, era grande e respeitado;
havia ordem e honestidade; havia mais decência e paz! A dureza da lei era igual
para todos.
Não mandou fazer auto-estradas? Não. O trânsito que na altura havia,
também delas não era carente.
Queria manter o povo na ignorância. É mentira. Quantas não foram as Escolas
Primárias, (ensino obrigatório), Escolas Comerciais e Industriais, que mandou
construir?! Ainda hoje são um baluarte à sua memória! Era proibido a
mendicidade, é verdade, porém foram construídos asilos para os pobres.
Protecção florestal; as moradias para os guardas florestais, que ainda
hoje existem, falam por si, - os incêndios comprovam a falta dessa fiscalização.
Desde o falecimento de “O Botas”, este país começou a baloiçar na corda
bamba da imponderabilidade, cuja oscilação abriu as portas aos sequiosos de uma
revolta, da qual grelou a abrilada, com a sua pseudo-democracia.
Resultado:
Ouve uma transmutação irresponsável. Mas não para melhorar a situação.
Quase todos os que entraram para governar, não se comportaram como
sucessores, mas como herdeiros; limitaram-se a desbaratar a economia acumulada
em proveito próprio, e não a dar continuidade ao seu crescimento, e, consequentemente,
ao desenvolvimento do bem-estar da Nação.
Além disso, alguns, com os crânios sem cérebro, armados em democratas,
(falidos), e falsos humanizadores, deram cabo da paz que existia neste “Jardim
à Beira-mar Plantado”, com a “importação” sem critério e nem organização, de
muito lixo migratório, (a maior parte sem se saber onde penduram o pote), que resultou na pouca vergonha e vandalismo, que
hoje estamos a assistir; além da instabilidade social, converteu-se ainda, numa
sobrecarga para economia, - já em si bastante reumática e artrítica.
Portanto, abaixo irei fazer uma alteração para actualizar provérbio:
“Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”.
Actualmente, está bem pior! Estamos endividados, com a tranquilidade social
doente, a nossa segurança debilitada e esmorecida, o ensino com muita palha, e a
aplicação da justiça, é indecentemente orvalhada pela influência do poderio
monetário.
E tudo isto tem vindo a ocorrer.
Enquanto nos distraímos contemplar o futebol, e a ouvir o fado, nas
nossas florestas, os incendiários actuam, e as fogueiras, com destruidora ânsia,
crepitam de contentamento, enquanto vão trincando tudo o que pela frente se lhes
depara.
É caso para realmente actualizar o velho adágio, pela vetustez da teoria
que encurrala; “Casa onde não há pão, todos barafustam e outros metem a mão”.
A concluir:
Sinto que a invasão da senilidade ainda me assaltou o juízo!? Porquanto,
ainda permanece na minha memória, e com apurada nitidez, que “O Botas”, como cidadão português, até tinha uma
genealogia que lhe certificava o nome, como sendo, António de Oliveira Salazar.
“Suponho que não estou enganado”!?
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 1/08/2025
Nota:
Não utilizo o AO90
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