"LADO DE LÁ"
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito.
Um chama-se ontem e o outro chama-se amanhã;
portanto, o hoje, é o dia
certo para amar, acreditar,
fazer, e, principalmente, viver.
“O LADO
DE LÁ”
Sim, é verdade. O outro lado subsiste; não sabemos é onde ele se situa. Credenciamos, porém, que existe o lado de cá, porque somos aspergidos por sensações e instintos, que veem das profundezas do nosso ser e nos levam a acreditar, que só quem raciocina e se apalpa, é que existe.
Em paralelo, um distinto
elemento que prova a existência de outra dimensão, é precisamente esta em que vivemos;
porque, para que um lado manifeste a sua presença, tem de haver outro
subjacente que o suporta. Não interessa como ou aonde; mas a verdade que é ele tem
que existir. Mesmo perante as diversificadas investigações científicas, nada
existe sem duas vertentes, seja em que condição for.
Viver depois de morrer
ou morrer para não mais viver, são dois polos que, mesmo depois de uma análise
bem anatomizada, vão derrocar na imponderabilidade do antagonismo. Isto porque,
até hoje, apesar de todos os avanços científicos, não subsiste uma condição
concreta e consistente, que assuma qualquer das duas variantes.
Mas, colocando o
conhecimento de lado, não é de excluir que tudo depende da configuração como
cada um vê, e/ou vivencia, o Espaço Universal no qual vagueia e dele faz
parte, (senão é ele mesmo).
Como craveira, podemos fazer uso da nossa
reduzida pequenez, para facilmente nos certificarmos da sua incomensurável
dimensão e das consequências que a cada elemento do seu Absoluto está
imposto, para que a vida, de uma forma ou de outra, prossiga com o abrolhamento
da sua existência, indefinidamente.
Se com as gavinhas da
persistência aprofundarmos ou com o poder da imaginação dermos asas à nossa
mente, evidentemente com alguns conhecimentos coadjuvantes, podemos concluir
que, no Universo, a inercia não existe. Tudo vibra, tudo se degrada e tudo se
transforma. O reboliço, apesar da sua realidade, é inopinado e imparável. Obtém
como original propósito, - penso -, e único benefício, a Renovação Cósmica;
ainda hoje enigmática, porém de inegável realidade, que é a Vida. Se esta
desaparecer, o que poderá restar? NADA.
E cá temos o mistério do
Início da Existência, que representa, do nada produzir alguma coisa. Neste
caso, a construção de todo o Cosmos; que pulsa de Energia Vital, sob rigoroso
diapasão, ao compasso do qual, tudo se movimenta.
É muito difícil, senão
impossível, estabelecer uma fronteira entre a vida como existência e a morte
como continuação dessa existência, embora noutra dimensão. Não obstante
saibamos que ambas são fiéis amantes entre si, e vivam em comunhão de “mesa e
habitação” em estruturas “criadas” para essa finalidade; mas o certo é, que,
quando uma surge, a outra desarvora.
Se em momentos de plena meditação,
nos debruçarmos sobre o peitoril da nossa janela imaginativa, (isto p’ra
aqueles que raciocinam), podemos contemplar que o Universo, no seu absoluto,
é Vida. Fervilha de vida integralmente. Nada está quedo; nem o tempo.
Desde a mais infinitesimal fracção de substância, até à mais longínqua e
inacessível, (por em quanto), galáxia, tudo está em incessante movimentação.
Perante as observações resultantes
de investigações científicas, tudo leva a credenciar que existe um movimento
Universal, que conduz ao Caos, e este abre as portas para o Caminho
da Renovação.
Com base naquilo que penso
que sei, e no espírito que me dá vida e sustenta minha forma de pensar, ainda
que “patética”, é certo que não creio que o Tudo tenha vindo do Nada. Porque o
conceito de nada, é nada. Aqui não existe paralogismo.
Como tal, a outra dimensão,
apesar de “questionável”, pelo mistério que a protege, não deixa de não ser uma
realidade. É um quesito de lógica. Isto resulta em que, que é fundamental expirar,
para voltar a germinar.
É este o Ciclo
Universal, como tributo da Grande Força da Criação, que em absoluto
desconheço, mas sinto dentro de mim a sua energia.
António Figueiredo e
Silva
Coimbra, 12/06/2025
Nota:
Não uso o AO90
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