PONTO DE VISTA STANDPUNKT ТОЧКА ЗРЕНИЯ ТОЧКА ЗОРУ POINT OF VIEW
(António Figueiredo e Silva)
PONTO DE VISTA
STANDPUNKT
ТОЧКА
ЗРЕНИЯ
ТОЧКА ЗОРУ
POINT OF VIEW
No decurso da minha leitura, fiquei surpreendido com a labuta que o criador deste livro deve ter tido para recolher todo o manancial de investigação neste folhoso contido. Para tal, tem de ser soberano de obstinado espírito do querer saber, eupatia, curiosidade e persistência.
Resumindo, não é de duvidar que é
essencial ter muito amor à arte da escrevedura!
Bem, quando iniciei a saborear as primeiras garfadas de
leitura, esta, afigurou-se-me tratar de uma banal exposição de registo pessoal,
- como tantos subsistem; uma normalíssima narrativa do autor, sobre o seu
dia-a-dia, durante uma temporada passada em terras de São Tomé e Príncipe.
Afinal, acabei por concluir que eu estava “redondamente” enganado.
Com o “andamento da carruagem”, vim a constatar que, apesar
não excluir a existência desse diário que eu ao princípio conjecturava, a
dissertação, afinal, continha uma imensa facêta investigatória, cuja realização
se deve à persistência do escritor, à sua vontade de saber e dar a conhecer, o
quotidiano da vida do povo santomense; embora com ténues cirros de política a
pairar, cingiu-se mais aos usos, costumes, crenças, e ainda ao lado, - se
calhar o mais atraente –. que é parte relacionada com as suas especialidades
gastronómicas que não dão refrigério as glândulas salivares daqueles que as
saboreiam – articulo como “bom português, apreciador de paparoca”.
É evidente que não vou estar p’ráqui a fazer uma transposição
integral das “istórias” no livro contidas, e bem contadas por sinal, porém,
aconselhar aos espíritos mais curiosos e amantes da leitura, que vale bem a
pena consultar a narrativa nele encaixada.
É um verídico testemunho de como é possível a alegria, em
contida resignação, levantar a cabeça, e, em comunhão de valores diferentes,
dançar em paz com a miséria – quando não há vinho, a palmeira o fornece; porque
a boa qualidade de vida, a uma grande maioria não é extensiva; as dobras (moeda
santomense), andam mal distribuídas.
Expõe ainda, como o poder inventivo dos santomenses
transforma o pouco em muito; uma reles “côdea” num adorável e gostoso acepipe;
a maneira “sublime”, porém com laivos de revolta, - todos temos – que suporta a
paz naquele território; a “organização” marreca dos organismos públicos; mas, o
melhor de tudo: a descrição das paisagens edílicas, onde o pôr-do-sol dourado,
apesar de belo, se despede com desmaiada saudade, embalado pela sonolência,
para, na manhã seguinte, renascer alegremente brilhante e a cantar!
Por toda a pluralidade de factos, tudo isto faz parte de um Paraíso
Tropical, que é, São Tomé e Príncipe!
A descrição, feita com alma e conhecimento, por José Vieira Lourenço, representa, além de um carinhoso
louvor e agradecimento ao povo santomense, creio que será também, mais um
tijolo intelectivo a acrescentar à estrutura erudita do ledor mais infectado
pela voracidade de saber.
VALE A PENA SER LIDO!
António Figueiredo e Silva
Obs:
Não uso o AO90
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