A FILOSOFIA
Não basta
conquistar a sabedoria,
é preciso
saber usá-la.
(Cícero)
A
FILOSOFIA
Por isso, ainda que
considere a minha sabedoria muito aquém da realidade do entendimento,
apeteceu-me, através desta singela composição vocabular, “filosofar”
sobre o assunto tão vasto, sublime e atraente, onde as questões e as reticências
não param de fluir, que é a filosofia.
Porém, a pureza da
sabedoria nesta matéria, obedece a um movimento sinusoidal de tal magnitude, que
nos permite não só, distorcer e destronar a razão da própria razão, bem assim como arrancar-lhe o
seu poleiro absolutista, transformando-a noutra razão, porém, de contornos
diferentes, por razões que própria razão desconhece.
Quero com isto dizer,
que a razão, com toda a realidade que contempla, não deixa de existir; o que
varia é o conjunto de coordenadas intelectivas, que conduzem à sua existência. Essas
orientações, eu titulo de atributos da lógica. E é pelos carris por ela
formados, que a nossa intelecção viaja pelo infindável universo do conhecimento.
Sempre me capacitei de
que na ausência da artéria filosófica no entendimento, ninguém se entende. Isto
porque, a filosofia, quando manuseada por especialistas na essência, pode sustentar
uma simbiose na compreensão, onde que gregos e troianos possam viver em
pacífica comunhão; em pacífica comunhão.
Tenho p’ra mim que,
entre a razão no entendimento e a razão absoluta, - ainda que, distintas, comem
na mesma távola redonda do nosso intelecto. É nesse espaço circular da transcendência que
são alimentadas; embora com comidas diferentes, contudo semelhantes no seu paladar.
Isto porque a razão jamais deixa de existir, esteja ela de que lado estiver. É o
princípio que medeia entre a sensibilidade humana e o universo que a ultrapassa,
e se situa fora da nossa compreensão.
Por muitas voltas que
lhe queiramos dar e artifícios consigamos entrelaçar, nunca os fundamentos
finais desaguam no oceano do absoluto; assentam sempre no domínio da dubiedade.
Apesar das conclusões a
que possamos chegar, a realidade será sempre envolvida pela autocracia da
incerteza. Esta, sim! Tenho a certeza de é a ocorrência dominante para todas as
questões que possamos colocar.
No entanto, não discordo
de que a prestabilidade das deduções filosóficas, são de grande utilidade à
nossa vivência. Isto é, quando são bem aplicadas, elas incitam-nos à meditação
e ao raciocínio, que considero os dois pilares que suportam a estabilidade da
nossa emoção, bem assim como garantem uma ajuda para iluminar a nossa
compreensão e aprimorar o nosso comportamento no mundo em que vivemos.
A amplitude do
conhecimento não tem fronteiras. Por muito que saibamos, há sempre mais para descobrir
e questionar.
Assim, sem discordar da
imortal frase “só sei
que nada sei”, do
filósofo grego Sócrates, igualmente não duvido, que, para atingir
esta radiante conclusão, é necessário saber alguma coisa para chegar ao desfecho
de… saber, que nada se sabe.
Paradoxal, não é?!
É filosofia.
António Figueiredo e
Silva
Coimbra, 13 de Julho de 2024
www.antoniofsilva.blogspot.com
Nota:
Não faço uso do AO90.
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