É DO BARIL, ATÃO NUM É?!
É DO BARIL, ATÃO NUM
É?!
Desconheço quem foi o autor deste cenário, que em pouco espaço e sem lirismos, porém com abonada fidelidade, tão bem retrata a “penúria” e a “fartura” antes e depois do 25 de Abril.
Antes de prosseguir com
o meu palavreado, aos nobres miolos de onde brotou esta concepção, faço questão
de apresentar-lhe os meus parabéns por isso. Em nome da “liberdade”, ainda que
um pouco condicionada, - a meu ver -, entendo que são bem justos.
É verdade que depois
desse dia, (25), “ninguém mais” amarrou tafulhos na boca dos portugueses,
apesar de algumas tentativas frustradas. A exemplo inicial, a actuação “sublime e aveludada”
do Comando Operacional do Continente (COPCON), orientada por Otelo Saraiva de
Carvalho. Lembram-se?
É evidente que a mutação
do estado político e económico, com vista a uma igualdade de direitos,
garantias e liberdade de expressão, não passou dos pináculos da ilusão
“etílica” para uma melhor qualidade de vida,
Não refuto, porém, que ao
despontar da alvorada desse dia, talvez não me fosse concedida a permissão para
eu estar p’ráqui, a dizer estas ou outras distintas baboseiras. Mas
também não duvido que havia menos pobreza, geral e do juízo, como até agora tem
vindo a acontecer.
Na noite anterior, nas
estruturas hierárquicas, cada um era responsável pela missão que lhe fora confiada
ou para qual se havia auto-proposto.
“Ao romper da aurora” do
dia 25, toda uma corja de parasitas e oportunistas que estava encafuada nas
masmorras do silêncio, assomou à luz “brilhante” do sol - que de brilhantina
nada teve -, para colocar em acção os
seus bem amadurados e tendenciosos propósitos nefastos, cujos resultados, agora
são bem visíveis; desordeiros, ladrões, malandros, incompetentes, corruptos,
chulos, aldrabões, vigaristas e trapaceiros.
Não me interessa saber
quem foi, ou quem é o quê. Certamente que cada cidadão tem a sua conjectura
formada, - se não tiver a venda nos olhos e a barriga a dar horas, ou se está
na iminência de que a penúria lhe venha entrar pela porta dentro, accionada por
consecutivas governações deficientes, cujos resultados são bem contatáveis.
Encontramo-nos numa
condição em que o “impossível” pode acontecer, porque o povo foi infectado por
uma cegueira generalizada, pulverizada por dissertações proselitistas,
actualmente tituladas de populistas; isto é, dizer ao Zé, aquilo que ele
mais gosta de ouvir.
Mais tarde, quando a “noite”
cai, acaba por concluir que tudo não passou de um artístico embuste.
A força dos elementos
policiais para a manutenção dessa ordem tem-se degradado; a moral tende a
desaparecer e a ética tem-se transformado num fiasco, fomentando o desrespeito
pelo próximo; a aplicação dos princípios legislativos não prima pela igualdade,
porquanto, o dinheiro compra, não a lei, porém, a justiça; a pobreza, que francamente
tem crescido nesta “abastada” nação, tem servido de cavalo-de-batalha para os
espertos (não confundir com inteligentes) subirem os degraus do poder; a boa
qualidade do ensino tem vindo a volatilizar-se porque houve um aumento de “palha”
na manjedoura da instrução etc.
Não tenho necessidade de
ir mais longe para afirmar: ao povo, foi-lhe retirada amordaça da boca, e, sem
escrúpulos, serviram-se dela para lhe cobrir a visão – física e intelectual.
Muito mais haveria para
dizer, mas fico-me por aqui.
Não vou finalizar, sem
aqui demarcar umas velhas palavras, concernentes à moralidade, ética e justiça:
os exemplos devem
vir sempre de cima.
Isso não tem acontecido.
Agora anda tudo cego, e
é mau!?
Apraz-me ainda
acrescentar que, nos comentários que certamente irão seguir-se, espero não ter
de questionar: “onde está a minha liberdade pensamento”?
António Figueiredo e
Silva
Coimbra, 25/04/2024
https://antoniofsilva.blogspot.com
Nota:
Não uso o AO90.
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