CEDE-SE A “FAIXA” (Sugestão)
A boa cama não é para quem a faz,
mas sim para
quem nela se deita.
CEDE-SE A “FAIXA”
(Sugestão)
Retenho como modelos negociais de alto gabarito, a aquisição
de automotoras para a CP, mais o investimento na recuperação de velhos trastes,
(comboios) e as reviravoltas com a mercantilização da TAP; conjecturo
que tudo isto lhe haja granjeado numerosas e aterradoras “dores de cabeça”, que
eu lamento, mas não foi culpa minha.
No domínio mercadejador, estou plenamente convicto da
sua “mestria”, apesar de não o conhecer pessoalmente; tão só e apenas, com
recurso aos meios de comunicação, que não passam uns “aldrabõezecos”, num
é?!
Mas, consinta-me ofertar-lhe uma sugestão, mesmo sem me
haver solicitado e apesar de eu me considerar um rústico nas matérias, quer
política quer mercantil.
Se bem que o meu entendimento possa ser franzino, sustento
que o meu perecer poderá vir a dar-lhe um jeitão - quando não, um “jeitinho”.
Se entender o contrário, descarregue p´rá ‘strumeira, que eu não ficarei entediado.
Acaso um dia venha ser Primeiro-ministro – o Diabo
seja cego, surdo e mudo - é apenas um pequeno parecer sobre o que fazer a
esta “Faixa”, situada no estremo Oeste da Europa, colonizada por
retalhos partidarizados, desconjuntados nas suas deliberações e ligações cognitivas;
unificados apenas no que diz respeito a viver uma vida airada, à custa do ZÉ
PAGODE, que, guinchando e rangendo os dentes, só se lamenta, mas não reage.
Não escoicinha, não marra e não morde. Lastima-se e lacrimeja, mas aceita! (?)
Mas, deixemos isso p’ra trás!?
Não vou sugerir-lhe uma transferência, porque a
economia está tão rastejante, escorregadia e repleta de buracos, que ninguém
vai pegar no engôdo. Haveria ainda a ponderar sobre uma entrega à exploração,
mas não vale a pena falar sobre isso, porque tudo me leva a acreditar que esse sistema
já se encontra nela muito bem instalado. E com gavinhas tão bem entrelaçadas,
que não permitem à população resfolgar. Analisando friamente os factos, Sr. Pedro
Nuno Santos, resta apenas, em meu conceito,
a vendição do imóvel. Apesar da crise com enorme evidência ser esquelética e
por quase todos reconhecida, sempre valerá alguns patacos; mesmo que
seja ao desbarato, e se a Comissão Europeia autorizar.
Sugiro isto, porque nós já fomos realmente “independentes
e orgulhosamente sós”! Naquele tempo! No outro tempo, sabe?!
É certo que não passou por lá, mas seguramente que não
ignora a existência desse período obsoleto?! É sempre bom recordar! E até, em “plebeia
conversa-fiada”, passar a ‘stória à rapaziada novata, como o Sr., que, apesar de “saber muito”, muito mais terá para conhecer.
Porquanto, quem não se lembra ou sabe peva do passado, está sujeito a “voltar”
ao ponto de partida. Até sou capaz de não estar muito enganado, pois não?!
Poderá, contudo, o Sr. questionar p’ra si mesmo:
- Porra!... Quem raio será este gajo? Caramba, aparenta
ser um imbecil e um tapado. Até serei, quem sabe!?... Mas por cuidado, devo
lembrar-lhe que pertenço ao seu concelho (OAZ).
Porém, se analisar com frieza e imparcialidade, o que
está a suceder à vivência de uma enorme fatia de portugueses, acabará por legitimar
que não sou tanto aquilo que possa ter pensado; se é que pensou mesmo. Mas,
adiante cu’andor; e, em caso de crise, (já instalada), que nos
acudam ao menos, as Papas de S. Miguel, num é?
Ora vamos ao assunto.
No que respeita ao emperrado imóvel a mercantilizar, a
“FAIXA” é bastante comprida e bem
atapetada por uma abundância arenosa numa das suas bordas. No Estio, essa fímbria
oceânica possibilita àqueles que não vão para “bebe-e-dorme” ou outro sítio
qualquer, um descanso mal merecido por um trabalho pouco produtivo e se calhar malfeito.
Estiraçados de papo para o ar e de olhos e mente cerrados, contemplando o azul
do céu que não vêm, sideram o melhor órgão do seu canastro, com maior incidência
nos seus sacos testiculares ou na sua tez mamária, amulatando-os em psicótica
imodéstia, ruminando, numa calma aparente, o peso das dívidas ao merceeiro, ao
leiteiro, ao stand e à loja de cremes
e lingeries, que no fim das férias
terão de solver, custe o que custar, - queira saber que agora, até já é uso
hipotecarem-se os salários aos bancos, muito antes de serem recebidos; só falta
que a Natureza lhes achate o nariz e lhes alargue as narinas de modo a conseguirem
infiar nelas o dedo indicador, se não forem manetas, possibilitando-lhes
mudar de conceitos manualmente, porque o “automatismo” intelectivo há muito
tempo que deixou de funcionar convenientemente. Esvaiu-se.
A “FAIXA”, por
azar do destino, é de largura reduzida e não tem por onde se estique; no seu interior
e p’rás bordas de lá, é uma manta de retalhos mal remendada e escanzelada pelo
desmazelo, onde há populações que, enquanto granjeiam rugas no juízo e na cara,
“resignadamente” se vão desenrascando. Graças à resistência de coesão da boa
vizinhança, que resulta num auxílio comunitário, pouco usual nas grandes metrópoles.
Dentro da “FAIXA”,
estão a passar-se uma sucessão de acontecimentos, que, pela sua gravidade e
aceleração, colocam a maioria das populações numa situação de permanente
insegurança, incredulidade e pobreza, que lhes infernizam o espírito e lhes castram
a vontade de dormir relaxadas.
A
criminalidade aumenta, à medida que a autoridade policial diminui; o crescimento
desmesurado de parasitas e malandros, são também uma chaga bem visível na época
actual, porque para esses, há subvenções.
Encerram maternidades, urgências, postos de saúde e
escolas; das grandes, médias e pequenas empresas, umas diluem-se por má gestão
e consequente falência, - por vezes inautêntica; outras, levantam ferro desta “FAIXA”, desamarram, e vão pastejar
para outra banda onde possam existir melhores condições de segurança económica
e mão-de-obra mais barata; em consequência deste conjunto de situações, a desocupação
é notoriamente crescente.
Encolhem as
comparticipações no sector da saúde; amplificam os tributos; estreita-se o
arrocho através dos braços musculosos e “benevolentes” dos elementos do fisco, -
facto que provavelmente não se aplica a todos os “súbditos” com integral equidade.
Tudo isto, na miragem de um restabelecimento da economia, que cada vez está
mais deficitária e o cume prometido e muito badalado, igualmente longínquo.
Por isso, uma grande maioria se interroga: o que será
que o futuro reserva, já não digo para nós, mas para os mais novos, que actualmente
esgravatam por salários ridículos?
É por toda esta “trovoada” de ocorrências que têm
vindo a transtornar os ânimos de todos nós, que eu, Sr. Pedro Nuno Santos, venho sugerir-lhe, no mais gracioso,
respeitável e requintado trato de que é merecedor, (?) que, se vier a ser indigitado
o suprassumo do seu, - já um bocado putrefacto - baraço partidário, com o azimute
a Primeiro-ministro – o Diabo seja cego, surdo e mudo, mais uma vez -, proponha
aos “Paralamentares” a venda desta “FAIXA”, que, mesmo com todas as “fossas” que a esburacam e desfiguram,
há sempre a possibilidade de aparecer um lorpa, ou um laparoto, fracos de
espírito, que lhe pegue, e talvez nos governe melhor - não quero com isto dizer
que, na parte que lhe coube, o Sr. tenha governado mal!? Longe de mim
tal ideia! Conquanto que, evidenciando o sentido masoquista do nosso povo, ao
que se me aparenta, ainda temos na cilha mais alguns furitos para adelgaçar!
Para tal efeito, penso ser condição fundamental mandar
“plantar” nas estremas, que, apesar de não existirem, (o Acordo de Schengen, só
serviu para nos schengar), ainda subsistem marcas geológicas que certificam
a sua delimitação, umas dúzias de estacas, já bastante carbonizadas pelos
fogos, a suportar uns tituleiros côr branca, com as palavras nitidamente pinceladas
a preto - mesmo que em aparolado português não faz mal: “SEDE-SE A “FACHA”
ou BENDE-SSE O AIDO“. E, por baixo, em estreitos
caracteres, só para disfarçar: por
motibo de débil robustez – sem declarar a causa da maleita, claro.
Com esta dica, que por mim lhe é ofertada de boa
vontade e se o fadário lhe bater à porta, - creio bem que não -, até
pode suceder que um dia, o Sr. se lembre de me chamar p’ra conselheiro;
ou, pela sua “generosidade democrática”, me mimoseie com uma penitenciazinha de
mau paladar.
Com a diversidade de acontecimentos que já me passaram
pela frente, durante os meus setenta e nove invernos, sei lá?! Já vi de tudo…
mas ainda não vi tudo. Disso usufruo da certeza.
Atentamente.
António Figueiredo e Silva
Coimbra 03/02/2024
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