A DECISÃO
O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça,
mas para julgar segundo as leis.
(Platão)
Justiça injusta, não é justiça, mas
vingança.
(António Figueiredo)
A DECISÃO
РЕШЕНИЕ
DIE ENTSCHEIDUNG
ההחלטה
Ao que parece, o crime compensa.
Não
é só pelas lusas terras que a injustiças multiplicam. É a maior e mais
temerária pandemia que alastra e faz vítimas por todo o planeta.
Em
princípio, apesar da sua criação tender a ser bem determinada e bem intencionada,
existe sempre uma faceta material ou afectiva a induzir o abalroamento da
limpidez decisória, manipulando-a por interesses duvidosos subjacentes. Esta
puridade só existe, se for patenteada por aqueles que possuem um carácter
incorruptível e se mantêm a favor da lei, do dever, da razão, da integridade e
da justiça.
Isto
porque os princípios constituem os fundamentos que são as bases para a
edificação de uma sociedade; porém, esta deve ser suportada pelo intransigente
empenho na diligência e tutela os direitos e deveres dos cidadãos, com vendada
imparcialidade, no sentido de criar uma comunidade mais equilibrada e mais
equitativa; logo, mais humana e mais fraterna.
Pelos
que me tem sido dado observar, existe uma dualidade de critérios, não no
espírito da justiça, porém, na sua aplicação; o que me leva a acreditar, que
existe uma justiça para ricos e uma justiça para pobres. Uma magistratura que
suplicia inocentes e inocenta criminosos. Uma Justiça que se subjuga à lei do
mais forte.
Partindo
deste princípio, deparam-se ocasiões em que o ser humano não consegue evitar a
injustiça, porque a opinião do homem é permeável à manipulação por forças
exógenas que modificam o sentido do seu decoro, arrastando-o para o campo
indomesticado, que é domínio da sem-razão.
Contudo,
isso não invalida o nosso direito ao protesto, que devemos aproveitar para
manifestar, e dar voz aos nosso queixumes e sentimentos na tentativa de nos
libertarmos de poderes místicos e ocultos causadores de desgraças inevitáveis, com
vista a minimizar a discrepância entre o certo e o errado, o que é justo e o
que é injusto; mesmo sabendo que lutamos contra a corrente porcelosa do
colarinho-branco, por nada devemos abdicar desse direito à sublevação e à
consequente manifestação do nosso desagrado, nosso repúdio, que nos fazem escumar
de cólera.
Mas,
começo a pensar… quando sei que, naquele tempo, Judas se deixou
vender por trinta dinheiros para deixar o seu Amigo ser conduzido à “Justiça”,
apesar de saber que Ele seria injustamente condenado,
já não me causa admiração que isso actualmente possa acontecer no território da
justiça dos homens.
O
que mudou, simplesmente, foi o espaço temporal e o nome da moeda. O resto tem-se
mantido inalterável.
Não
é pago em Dinheiros, e depositado nas mãos de um Fariseu qualquer, mas sê-lo-á
em Euros, ou outra moeda existente ao cimo da terra, através de prévios ou subsequentes
depósitos e transferências para qualquer país onde o sigilo bancário é alma do
negócio e fonte rendimento.
Contudo,
é nosso Direito, e acima de tudo um Dever, lutar para que isso não possa acontecer.
Concluindo:
enquanto houver uma justiça para ricos e uma justiça para pobres, o crime
compensa, sempre com sustentáculo numa ritualizada ocorrência final -
involuntária ou deliberadamente patenteada:
A
DECISÃO JUDICIAL.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
Sexta-feira, 9/04/2021
António
Figueiredo e Silva
Nota:
Faço por não usar o AO90
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