A GERINGONÇADA
A política, foi
primeiro, a arte de impedir as pessoas
de se intrometerem naquilo que lhes diz
respeito.
Em época
posterior, acrescentaram-lhe a arte de
forçar as pessoas a decidir sobre o que não
entendem.
(Paul Valéry)
A
GERINGONÇADA
(Flagrantes
da política)
Ao
escrever estas linhas, mesmo sabendo que já não vou a tempo, penso que vão ter alguma
relevância no próximo mandato, seja de quem fôr, se os seus elementos forem
dotados de discernimento ético, e tenham empenho em promover neste polígono
rectangular, uma governação que se baseie na vontade popular, e não noutra
qualquer, maliciosamente enjambrada à última hora, como aconteceu com a
administração antecedente.
Para que os portugueses não voltem a cair
no mesmo logro, a lei constitucional, tem de levar uma lavagem, com vista à
contenção, ou mesmo, depuração do oportunismo sem freio, cujas consequências
resultaram em situações porosas que debilitaram o nosso sistema económico,
actualmente posto em causa.
Muito paleio e saliva foram gastos na
defesa – sem defesa alguma - da atitude
aglomeradora inter-partidária, cuja finalidade foi a criação de uma governação
oligárquica, como se tratasse de uma monarquia sem rei nem roque.
Esta rasteira, que foi estribada em lacunas
dos regulamentos constitucionais, desencadeou a desarticulação de todo o nosso
sistema governativo, submetendo o povo a uma “escravatura” urbana e rural de “sádica
subtileza”, onde o aguilhão do desalento, lentamente lhes foi ferindo o corpo e
a alma.
A
população está desmotivada, e tem razões para isso. Verdadeiramente,
apesar de isto não ser um oásis, como arengou o nosso Primeiro-ministro António
Costa,
os portugueses têm vindo a ser tratados como camelos, cuja docilidade e
pachorrice lhes foram (e são) disfarçadamente impostas pelo sistema.
Fazendo eu parte da “cáfila”, não os culpo
por isso, mas acuso aqueles que os (nos) ludibriaram com rasteiras de da má-fé,
em que nos foram apalavrados mundos e fundos, e no fim, fomos confrontados com
fundos (vazios) sem mundos.
Algo esteve mal, mas não compete a mim
justificar o porquê, quando não ainda vou parar ao chilindró, coisa que
actualmente me custaria um bocado porque já estou velho e debilitado para me
agarrar às barras da cela – a não ser que fosse em Évora, mas esse “hotel” não
está reservado para mim.
Estou aqui a fazer esta dissertação
alienada e ainda não disse o porquê, mas vou fazê-lo.
Quem quer fazer alianças partidárias, que
as faça antes da campanha eleitoral e que governe quem tiver a maioria.
Não quero saber se é “A”, “B”, “C”, “D”,
ou até o abecedário todo; eu, e naturalmente a maioria dos portugueses, não
gostamos de surpresas – a menos que sejam boas.
O que não tem acontecido.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 04/10/2019
www.antoniofsilva.blogspot.com
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