AOS PORTUGUESES ПОРТУГАЛЬСКОМУ צו די פּאָרטוגעז
A
trapaça, a duplicidade e a má fé, são, infelizmente,
o carácter predominante na maioria dos homens
que governam as nações.
(FredericoII)
AOS
PORTUGUESES
ПОРТУГАЛЬСКОМУ
צו די פּאָרטוגעז
TO THE PORTUGUESE
AUF
DEN PORTUGIESISCHEN
Quando uma lavagem cerebral é bem
ministrada e o passado é esquecido, é frequente consegue-se comprar um porco,
por meia dúzia de chouriços. Ora, o que está presentemente em jogo, é
precisamente a caça a esse “suíno” que a muitos tem engordado: a montaria ao
voto. É através dessa lavagem cerebral, fermentada em calda de intrincada
virtualidade, que pode ser gerado o entorpecimento do raciocínio nos mais
fracos de espírito, nos mais mal formados, ou tendenciosamente, como tem
acontecido, nos mais mal informados.
Todo
o requinte da caçada está na confusão, que é sistematicamente engendrada por
hábeis oradores, que nada ficam a dever à esperteza. Grande parte dela é
assente no sofisma ou na utopia. Malgrado seria, com é evidente, se não
restasse, no amontoado de aldrabices e promessas proferidas, alguns halos de verdade.
É justamente nessas auréolas de verdade, que vós, portugueses, deveis procurar
a aferição da vossa consciência e a justificação (válida) para o vosso
sufrágio, porque dele depende a estabilidade do futuro de todos nós.
Tenho-me como um indivíduo apartidário e
tolerante para com as mais diversas ideologias, conquanto que, nunca compactuei
com ladrões, corruptos, vigaristas, trapaceiros, trapalhões, vendilhões e
exploradores dos mais fracos; estão também inseridos neste rol, os cozinheiros
de leis, que as fazem ao seu jeito ou à feição dos seus comparsas; os seus
promulgadores, que certificam a letra mesma com o sinete da sua aquiescência;
os ajudantes de cozinha que as manipulam, tomando, vezes sem conta, decisões
salgadas sem razões concludentes, onde os factores que regem a sua
determinância são: o jeitinho, o hermetismo ideológico ritualmente vinculado
ou deficiência analítica por condição
genética; para já não contar com as dores de calos, dores de cotovêlo, dores de
corno, condições climáticas e até frustrações que degeneraram em recalcamentos;
faltam ainda, nesta panóplia de figuras, os manipuladores das saladas
legislativas, que alimentam o seu ego espiritualmente, e a si próprios materialmente, por investirem a sua vida na
“defesa dos fracos”, quando estes têm “cabedal” para suportar – sem espinhas - a
narrativa tecnicamente elaborada dos seus argumentos, que entre rodopios e
sinusóides, conseguem – por vezes – fintar o espírito da lei, resultando na
inversão dos valores da rectidão.
É. A hora está a chegar. Tenho a noção de
que não sei muito, porém o suficiente para vos para vos alertar: desconfiem dos
que muito prometem, dos que abundantemente papagueiam, e, principalmente, daqueles
que maliciosamente dizem mal dos outros, recorrendo a maledicências e outras
artimanhas menos moralistas, que usam como pedras insanas lançadas pelas suas
catapultas de apoquentação.
Tenham sempre em conta, o velho ditado, “Quando a esmola é grande, o pobre
desconfia”.
Dirijo-vos estas palavras, porque tenho
sempre em conta que o Diabo sabe muito, não por ser Diabo, mas por ser velho. E
eu, já não sou jovem, e comi muito pão amassado por ele.
Portugueses, tenham cuidado com as
lavagens cerebrais - e de roupa suja.
Não interiorizem as cores, mas analisem as
pessoas; não as confundam.
Mas, elejam sempre; não se privem desse
direito.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 30/09/2019
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