INVERSÃO DE VALORES ИНВЕСТИРОВАНИЕ ЦЕННОСТЕЙ ANLAGE DER WERTE
o egoísmo
universaliza-se.
(Barão de Montesquieu)
Quando o
infortúnio se torna geral num país,
o egoísmo
universaliza-se.
(Barão de
Montesquieu)
INVERSÃO
DE VALORES
ИНВЕСТИРОВАНИЕ
ЦЕННОСТЕЙ
ANLAGE
DER WERTE
Praticamente
aos setenta e cinco anos de idade, onde já sinto o tempo de antena a diminuir,
a “pena escorregar-me das mãos” e os circuitos do pensamento com sintomas de
colapso, ainda me flui uns sobejos da minha força vital, coragem e obstinação que
sempre me animaram, para, embora lastimando, poder afirmar com toda a clareza,
que houve uma inversão de valores, muito difícil de reverter.
Como tal, não adianta continuarmos a dar
de mamar a outra ideia que não esta; estamos num país apinhado de oportunistas,
cujas castas são de difícil eliminação devido à construção do seu “ADN”, que se
funde numa forte espiral interligada por uma sólida coesão de interesses
comuns, que se divide em três classes: “salteadores, corruptos e vigaristas.
Portugal está completamente esburacado por
centenas ou milhares dessas “toupeiras”, que no escuro, não se fatigam em
escavar buracos no solo económico e revolver a terra, que utilizam para tapar
os olhos a quem tem o dever e a obrigação de observar, e as conduzem ao enriquecimento
fácil, cimentado na razão das suas necessidades, posteriormente suportadas pela
maior fatia populacional.
Porém, o que mais me constrange, são as
artimanhas engendradas para tornear os princípios estabelecidos, com vista à
sua impunidade, facultando-lhes a vida. Tal e qual um normal cidadão, continuam
por aí a passear, levando uma vidinha faustosa, a zombar do povo e prontos a
pedirem indemnizações ou enfiar no chilindró, aqueles que se arroguem a
atirar-lhes ao focinho todas as realidades sobre seu comportamento indecente e
indecoroso.
Não será necessário referir que essas
castas sempre existiram, mas é de frisar, que não em tão grande percentagem
como actualmente – e digo isto sem ser necessário recorrer ao INE.
Ultimamente, as investigações, quer
jornalísticas, quer executadas por instituições governamentais, são suficientes
para demonstrar o que acabei de proferir.
É “visível” que tem havido um saque
descarado a nível nacional, precisamente por causa da inversão de valores, que
não é “condenável” nos graúdos, mas é punível na “arraia miúda”, ficando aqui
também manifestada a “sensação” de que a lei não tem primado pela igualdade de
direitos e deveres, aplicando uns ou outros em diferentes medidas, consoante a
posição social dos cidadãos. Ora isto não deve acontecer.
É evidente que não nos é permitido
direcionar o indicador a quem quer que seja, mas sabemos muito bem, onde muitas
dessas toupeiras se encontram e somos conhecedores das diversas maneiras de as,
eliminar não digo, porém, confiná-las em “espaços hoteleiros” semelhantes ao de
Évora, com tudo pago por nós.
Depois suportada a integral solvência da sua
estadia compulsiva, ainda nos sobraria dinheiro, que creio ser suficiente, para
estabilizar a nossa economia, legando-nos a possibilidade de desfrutarmos de
uma existência mais desafogada, e podermos respirar num ambiente menos poluído
pelo cheiro fedorento dessas “ratazanas”.
Isto só é conseguido com a reposição dos
valores no lugar devido. Para que tal suceda, é necessidade imperativa de
alguém, com bravura e uns tubérculos tisnados e rijos, comumente conhecidos
por… “TOMATES”.
Mas, com grande tristeza nos percebemos,
que quando aparece alguém com esses predicados, o sistema, não obstante todas a
traves que a custo o vão suportando, estarem corrompidas e podres, encarrega-se
de estruturar e “legalizar” procedimentos - ainda que arredados da ética - com
vista à “liquidação” desse alguém, remetendo o empecilho para um “espaço
reservado aos imprestáveis”, atabicado de prateleiras de incompetência e
cortinados de teias de aranha.
Uma maneira estranha de domesticar a justa
“descortesia” da razão, quando a própria razão apresenta motivos para isso.
É triste, mas é verdade.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, /10/03/2019
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