O DIA “SANTO” DO FILHO-DA-MÃE
Duas coisas são
infinitas: o Universo e
a estupidez
humana. Mas em relação ao
Universo ainda não
tenho a certeza absoluta.
(Albert Einstein)
O
DIA “SANTO” DO FILHO-DA-MÃE
Pode ser até a uma segunda-feira; é o dia
em que o maior número de filhos-da-mãe invade a quietude mal alcançada no
fim-de-semana – a maioria - por aqueles que com excessiva dificuldade lutam
pela sobrevivência, esmagados pela pressão psicológica despoticamente provinda
de muitos filhos-da mãe.
Só
em pensar nesse dia, a docilidade adquirida vai converter-se em arrepios
nervosos e suores frios sob o zurzir de palavras prepotentes e arrogantes,
desses filhos de ninguém, que nem por isso deixam de ser considerados os
verdadeiros filhos-da-mãe.
Só sob o chicote do palavreado baixo e
agressivo e as grilhetas da ameaça aplicadas pelos filhos-da-mãe, é que se
constroem as grandes fortunas que no fim alguém acaba por desbaratar. Isto é,
se os filhos-da-mãe vingarem por muito tempo, sem que ninguém lhes conte os
dias; às vezes sucede!?
É por causa do filho-da-mãe, que que toda
a cinemática governativa está entrevada, a equidade da justiça posta em causa,
a segurança sem segurança nenhuma, as instituições de saúde cada vez mais
doentes, o sistema bancário com a fiabilidade duvidosa etc.
A estirpe do filho-da-mãe goza de muito
poder, que a própria sociedade minada pela ignorância lhe outorga, podendo por
isso, sê-lo à vontade.
Se com muita atenção repararmos à nossa
volta, sentimo-nos rodeados de filhos-da-mãe. Com a enormidade da surpresa em
face da descoberta alcançada, ficamos tão admirados que até nos esquecemos de
que existem grandes possibilidades da nossa inclusão fazer parte do meio hostil
dominado pelo filho-da-mãe.
Daqui podemos depreender que, ou somos
filhos-da-mãe semelhantes ou seremos os capachos da comunidade, o filho-da-mãe
limpa a merda das botas que lhe apertam os calos do seu espírito recalcado e o
faz cuspir trovoadas de palavras depreciativas e compressivas que nos podem
levar à loucura.
Sei que esta doutrina não deve ser
seguida, por não ser permitido fazer ajustiça pelas próprias mãos, contudo
arrogo-me a dizer que a Justiça de Hamurabi é o método, senão único, o mais
eficaz para castrar a proliferação do filho-da-mãe.
Coesamente acantonados numa esterqueira nojenta
em franca levedação com forte odor acre, naquela cambada existem filhos-da-mãe
que sabem tudo e outros que não sabem nada, ou fingem que não sabiam, timonando
as opiniões ao sabor da sua conveniência ou da pertinência dos seus parceiros,
mestres na tecelagem da filha-da-putice, a arma preferida do filho-da-mãe, com
a qual nos inferniza a vida e nos rouba o sono, porque corrói os nossos míseros
proventos, revertendo-nos a uma escravidão compulsiva para que um ideal
bramânico possa subsistir e festejar e seu triunfo perante a miséria da maioria
pária.
Os filhos-da-mãe são como a Fenix; se
morre um, das cinzas nascem logo meia dúzia, e de bico afiado e apetite voraz
para nos filarem e derreterem-nos a “vida”; sim, porque esta nunca poderá ser
vivida como deveria ser vivida, “graças” às pulsões de idiotice do
filho-da-mãe.
Aquele que diz não ser feliz, poderia
realmente sê-lo com a felicidade do seu semelhante, se o filho-da-mãe não lhe
retirasse esse último recurso.
Assim sendo, sou da opinião que deve ser concebido
o DIA “SANTO” DO FILHO-DA-MÃE.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 16/12/2018
Comentários
Enviar um comentário