O PREÇO DO HOMEM
Todo o homem tem
um preço, diz a frase.
Não
é verdade. Mas para cada homem
existe
uma isca que ele não consegue
deixar de morder.
(Friedrich
Nietzche)
O
PREÇO DO HOMEM
(Pura falácia)
ЦЕНА ЧЕЛОВЕКА
THE PRICE OF MAN
די פּרייַז פון מענטש
Está “escrito” na intuição de cada ser
humano o seu preço, e este é susceptível variar na sua grandeza, quer
numismática quer de satisfação imaterial, mas mantendo-se esta, sempre na razão
directa da ambição que no momento o sustenta, quer para o bem, quer para o mal.
A tecelagem aqui escriturada dá a
sensação de ser erigida sobre análises paradoxais, movidas por pensamentos combalidos;
contudo, não é isso que acontece.
A exemplificar, existem muitas pessoas
que praticam o bem, porém não o fazem de “graça”; têm um preço, um valor, uma
importância para a seu procedimento; esse preço consiste no contentamento que
sentem em estar de bem consigo próprias ajudando o próximo. Este é o preço
exigido pêlos mais sensatos onde a bondade é o honroso timbre da sua maneira de
ser; conquanto que, não deixa de não ser considerado um preço, que é sempre
directamente proporcional à sua própria exigência. “Pagam” para manter sadia a
sua estabilidade emocional, a sua paz de espírito, não arredando, todavia,
aqueles que o fazem para se fazerem notados e bajulados; daí, a pluralidade do
preço.
Até este limiar, a certeza da existência
da prodigalidade é uma realidade, seja ela realizada no quadro do fingimento ou
da honestidade.
A partir deste patamar já podemos
considerar o outro preço. O preço mafioso. É esta fasquia que fornece o
alimento à ganância, fonte de todos os males que sempre assolaram a humanidade
- hoje mais do que nunca. A sofreguidão da avidez permite que o ponto
culminante da satisfação nunca seja atingido. É um poço sem fundo em que,
infelizmente, o fim justifica os meios.
Mesmo os que alardeiam serem
incorruptíveis, têm o seu preço marcado, porque a ânsia do dinheiro e do poder,
apesar de não cegarem a mente, danificam-na, limitando-a à uma doutrinação
religiosa em que a pecúnia fácil e rápida, permite a cópula entre ambas, por uma
ideologia decorrente da catalisação de duas componentes: dinheiro/poder. Desta
combinação foi parida a oligarquia, que é mais ou menos o sistema que nos tem
desgovernado até ao momento.
A concluir, a figura humana obedece a
dois valores: um emocional, outro ambicional. Sendo este último é o mais
prejudicial socialmente, porque é decorrente de um baluarte com base no excesso,
no oportunismo, na fragilidade dos mais desfavorecidos e ilimitado numa voracidade
patológica.
Mas o ser humano sujeita-se à escravidão
de si próprio, e escraviza o seu semelhante porque alimenta um pensamento
faraónico; nunca reflecte que vai desviver e alimenta a ideia de que, quando
“embarcar” desta para melhor, leva tudo consigo e vai para o outro lado – que ninguém
sabe onde é – cantar de galo.
PURA
FALÁCIA.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 30/05/2018
www.antoniofsilva.blogspot.com
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