PORQUÊ?!
O
último esforço da razão é reconhecer que existe
uma infinidade de coisas que a ultrapassam.
(Blaise
Pascal)
É
precisamente essa força que escasseia em muitas
mentes;
por isso, em vez de falarem, “gritam”.
(Digo
eu)
PORQUÊ?!
A
esta hora, decursiva do andamento do meu fiel relógio biológico que tem
regulado a minha existência num incessante e exaustivo trabalho, sem parar
durante setenta e rês anos, ainda não consegui compreender uma série de resistências
do ser humano, sobre as quais me venho há muito questionando; uma delas, que
tem tanto de (des)interessante como de interrogativo, é a que agora vou expor:
Porque é que existem seres que se enfadam,
zangam, altercam, partem para a agressão e até para o genocídio, sendo, a meu
ver, quaisquer destas situações desnecessárias e injustificáveis?
Uma vez que não contemplo outra
alternativa, penso que estas pulsões são resultantes de mentes carenciadas da
razão, cuja míngua é erradamente validada como um positivismo timbrado nos seus
cérebros apodridos, que reagem das formas mais escabrosas, insensatas e imorais
contra os seus semelhantes, só porque estes não comungam das suas convicções.
A
verdade é que isso sempre aconteceu e continua, apesar dos grandes apelos à
condescendência e á liberdade de individual, na forma de pensamento e acção.
Sou lavado a concluir que os apelos que
se fazem ouvir, só podem ser desborcados de intenções falaciosas. Isto porque
raramente ninguém perdoa algo a alguém e este estado de coisas continua. Há,
por assim dizer, uma nítida falta de consciencialização que gera desprezo entre
os homens, que tem vindo a avolumar-se com tendência a nunca mais parar. Este estranho
autoconvencimento do EU e só EU, é uma apoquentação que corrói as mentes
conquistadas pelo facciosismo e em consequência disso, congelam com efeitos
gravíssimos para a sua parte neurológica, cujos nano-filamentos que as integram
e orientam a sua parte racional pura e simplesmente deixam de reflectir. Criogenam
ou volatilizam a capacidade do pensamento dedutivo, fonte primeira onde
borbulha a essência da razão.
Não obstante, ainda se importunam com a
condescendência avassaladora daqueles que dão liberdade á razão dos pensamentos
diversificados, perante um entendimento aferido na sua maneira de ser, onde a
inteligência flutua, não à deriva, porém guiada por um interior rico em
propriedades de indulgente “quilatagem” na marcação e moldagem do seu soberbo carácter,
que aos “cegos” causa profunda cobiça. É bem possível que seja essa
disparidade.
Que nós, ao pensarmos que estamos certos,
tentemos catequizar os outros para o nosso lado, é normal, porque é uma
tendência nata do ser humano; o que não é normal é ficarmos aborrecidos quando
os catequizantes não se deixam embalar pelo doutrinamento, e é precisamente
neste ponto que está edificada aquela que por certo será a minha eterna
interrogação.
PORQUÊ?!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 25/12/2017
www.antoniofsilva.blogspot.com
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