CÃES, DONOS "DOENTES" CAFÉS E RESTAURANTES
Não
é sinal de saúde estar bem adaptado
a uma sociedade doente.
(Jiddu
Krishnamurti)
CÃES,
DONOS “DOENTES”, CAFÉS E RESTAURANTES
Desculpem a minha sinceridade mas deleita-me
ser directo e lancinante, porque o caso em apreço, assim o merece.
Apesar de a cada cabeça ser conferido o
direito de pensar livremente, não significa que todas sejam constrangidas a
cogitar da mesma forma, isto é, se das atitudes germinadoras desses
pensamentos, decorrerem actos que possam afectar a estabilidade na vivência
comunitária.
Esta é a minha linha de pensamento e
quem não gostar pode criticar, se isso realmente lhe conferir algum prazer, que
nada tenho objectar.
Assim sendo…
E
se a lei é abençoada, porque nada me admira que isso possa vir a suceder, ai
daquele que abra a matraca para se insurgir contra a falta de higiene que nem a
ASAE terá poderes para debelar!? Será de imediato aquilatado racista, na melhor
das situações, porque se os cães forem turistas, será no mínimo, de xenófobo; se
se atrever pedinchar um cachorro quente, com um pouco de azar, poderá ser
titulado de fratricida na forma tentada; isto é, antes de dar a primeira trinca
no cacete com a salsicha entalada no meio e previamente enfeitado, com
mostarda, maionese, ketchup e batata-palha, como a cabeça de um índio; se o
fizer, nem sei o que lhe poderá acontecer!?
Isto é que vai ser lindo! Entrarmos num
restaurante ou num café em época de cio e ouvirmos o barulho dos latidos de
chamamento acicatados pelas feromonas, e uivos de prazer ou de dor por causa
das contendas caninas com vista à dominância da melhor cadela. É provável que
possamos assistir também a desinibidas rebocagens traseiras que por momentos
não desengatam nem que a porca tussa, como natural garantia de paternidade.
Penso que é o único animal que pode com
firmeza garantir que os filhos são seus. O homem já não tem esse privilégio,
acontecendo muitas vezes acreditar piamente que os filhos são dele, subsistindo
no entanto grandes hipóteses de serem do vizinho do quinto esquerdo que fez uma
pausa de alívio no elevador “avariado”, do carteiro que em vez de meter uma
carta, meteu outra coisa, ou até do canalizador que se enganou –
propositadamente – a meter o tubo na caixa sifonada.
Digo isto, porque sou contra a castração
de qualquer animal; considero um atentado à Natureza e a subtracção de uns
escassos momentos prazer que, somados, numa vida, não devem exceder sessenta
minutos.
No meio de tudo isto, o que mais me
causa perplexidade, a ser verdade o que vem no jornal referido, “O SOL”, é como
os elementos constituintes do nosso Parlamento se dão ao trabalho de perder o
seu tempo para discutir sobre uma coisa tão mesquinha. Se se derem a esse
trabalho, aproveitem para debater sobre a possibilidade de atribuir abono de
família aos elemento de raça canina ou felina dela constituintes, e para os
cães mais agressivos ou gatos mais rabugentos,
um rendimento mínimo de inserção social, veterinário de família e
comparticipação medicamentosa.
OS ANIMAIS DEVEM TER O SEU LUGAR
ASSEGURADO NO MUNDO E NA SOCIEDADE NÃO DEVEM SER MAL TRATADOS.
Tudo o que passar daqui, a meu ver, é
pura alienação, cabendo por isso a cada “infectado” o seu tratamento, não à
nossa custa, mas a expensas dele próprio.
A sociedade está podre.
“Descasquei”.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 30/09/2017
www.antoniofsilva.blogspot.com.
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