A IGUALDADE É UM PARADOXO
É
falso que a igualdade seja uma lei da Natureza.
A
Natureza não faz nada igual; a sua lei soberana
é
a subordinação e a dependência.
(Luc
de Clapiers Vauvenargues)
A IGUALDADE É UM PARADOXO
É
uma realidade a referência publicitária que se tem formado à roda desta
virtude, todavia, a sua existência é uma ilusão. A igualdade!
Clara quimera, só existente na cabeça de
sonhadores, hipócritas, fanáticos, interesseiros e também de ignorantes.
Não há nada igual. A Natureza prima pela
diversidade em todo o Universo e por tudo o que dele faz parte integrante. É
graças a essa diversidade e à influência dela emanada, que se deve a existência
do todo que nunca deixará de estar n convulsão até atingir a plenitude
absoluta. Quando, não saberemos!? Porque a existência é o resultado dessa forma
de luta cuja tendência é atingir a estabilidade, para isso, desestabilizando-se
entre si.
Nem o ser humano, apesar de pensar que
pensa, está arredado da lei da Diversidade Universal e consequentemente dos
fenómenos que a regem, onde se torna necessário a aniquilação de uma matéria
para dar origem a nova matéria não igual, todavia energeticamente equivalente.
Ora, se a própria matéria nunca é igual
uma vez que está sempre sofrendo mutações no cerne das estruturas
electromagnéticas que a compõem, mantendo apenas e indefinidamente a sua
equivalência energética, como podem ser iguais as coisas por ela formadas?
Nunca o serão. É que, no Universo não há
uma criação de matéria – no sentido volumétrico e quantitativo - mas sim uma
transformação da matéria já existente.
Atendendo a essas transformações que são
uma realidade verificada cientificamente, forçado me vejo a concluir que não
existe nada igual, nem mesmo dentro do mesmo género; a exemplificar, no caso do
ser humano, nem no género nem na maneira de discernir, de actuar, nem no seu
patamar social. Tudo o que cada um é, é decorrente da matéria que o constitui.
Cada um é ele próprio, com todos os
defeitos e virtudes, protegido por uma imutabilidade absoluta e como tal,
inconfundível.
Se analisarmos friamente e despidos de
preconceitos, nem nos direitos existe a igualdade, de que à boca-cheia tanto se
faz alarde. O homem apenas pode tentar aperfeiçoar as qualidades boas ou más do
carácter com que foi concebido, mas nada mais. Se nasceu com uma “assimetria”
na sua maneira ser, morrerá com ela, seja qual for a sua posição social, que
vai desde o pobre diabo ao mais destacado cientista.
Não havendo uma uniformidade absoluta,
que não há, como poderá haver um resultado de igualdade? É impossível.
Se dissecarmos este raciocínio – que
mais parece um paradoxo – friamente e despojados de preconceitos, chegamos à
triste e inegável - contudo real - conclusão, que até nem nos direitos, nem nos
deveres essa igualdade existe; no entanto, o seu pregão é um facto utilizado pelas
mentes oportunistas onde o fingimento e o convencimento ocuparam o lugar da
consciência e da razão. É querer mostrar a lisura de um caminho, quando os
sulcos ainda estão por aplainar.
Porém, quem apregoa a igualdade, tem bem
a noção da realidade da não existência mesma, mas fá-lo por conveniência
própria, sendo bastantes os factores que levam à “defesa” desta concepção, por
natureza irrealizável e ausente. A promoção social, o cinismo, a hipocrisia, a
vaidade o egocentrismo, a fanatização da própria consciência, fazem parte do
capote de fingida despretensão com que o ser humano asperge a noção quimérica
de igualdade sem vida, que nunca existiu, nem na cabeça de quem a divulga.
No entanto ainda há quem acredite em
demagogos e falsos profetas, submetendo” inocente ou compulsivamente” a sua
vontade á metáfora “todos diferentes, todos iguais”, sabendo de antemão que
esta teoria não tem nada de verdade, mas sim, de oportunismo.
É a este estado de coisas que eu com
aferroado cinismo e afincada convicção, chamo de: IGUALDADE, UM PARADOXO
SOCIAL.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 28/04/2017
Comentários
Enviar um comentário