O REDENTOR
O
REDENTOR

Sem auréola, todavia assistido de
messiânica partitura, está apostado em triturar até ao tutano, tudo o que de
mau existe em Portugal. Aí temos efémera a figura desejada.
É destes homens de betão amado que os
portugueses estão a precisar para recuperarem a sua soberania, há muitos,
muitos anos, espezinhada!
Ou muito me engano, que será o mais
natural, ou a pessoa que existe empacotada nesta figura, vai ser por certo o
salvador da nação portuguesa, que no momento actual se encontra embrulhada numa
manta de trapos onde aparenta não haver fio que não tenha sido contaminado pela podriqueira.
Para isso, esta heróica figura já se
apresenta disponível para alinhar, quer à esquerda, quer à direita, quer ao
meio, com qualquer partido pulítico,
no sentido de “auxiliar” a outorgar aos portugueses os privilégios devidos,
mantendo os existentes, que andam a boiar entre a pobreza miserável e o
novo-riquismo fraudulento. É este lutador, amarantino de gema, que, apetrechado
de um pesado malho linguístico e de veia legitimamente populista, vai demolir
todos os pardieiros e palacetes onde as ratazanas abundam e a bom rilhar nos
vêm dando cabo das côdeas; sejam elas de colarinho branco ou de seboso cachecol
cinzento, nenhuma escapará ao corte das suas cordas vocais, que vibram através
de turbulenta ventania fornecida por uma ampla caixa torácica, em afinadíssimo
e catequizador diapasão.
Está cá com uma embalagem que força
alguma o fará parar; estou crente de que ela parará por si… quando vir que o
pomar político que plantou, enfezou e acabou por apodrecer por tanta água ter
sido sobre ele derramada.
Sempre gostei muito de o ouvir, se bem
que agora seja obrigado a reconhecer que a ladainha é outra e eu, por enquanto,
não quero adormecer.
Ai, mas que isto vai ao rêgo, vai! Ou
ele não se chame, António Marinho e Pinto… bolas!!!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 25/05/2015
“CRÓNICAS DE UM CRÓNICO”
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