COMO GOSTARIA...
COMO GOSTARIA…
…de ter sido eu a dizer
isto, mas não aconteceu.
Reconheço
no entanto, que os presságios deste homem culminaram com a sua materialização e
sinto quão cáustica deve ter sido a sua amargura quando ele, num momento de
reflecção bastante amadurecida, os fez chegar aos portugueses, quando estes se
encontravam embriagados sob os vapores da euforia que lhes turvava a visão
futurista da realidade, decorrente do bloqueio meditativo. Considero que foi um
sermão aos peixinhos; é por isso que agora, no mundo português se vive uma crise
bem sentida, que afecta todas as horizontalidades, desde a material à intelectual.
Nunca
arrisquei tudo numa cartada de olhos cerrados, como se tivesse convicção
absoluta na sorte. Não, isso nunca fiz nem tenciono fazer; no entanto, com
99,9% de certeza, aventuro a proferir que se fosse possível executar as apreciações
que esta noite minaram a minha imaginação, iríamos ficar a pau-de-pírulas, no
que respeita a candidatos para o próximo acto eleitoral, donde se depreende que
poderemos ficar sem comando e sem governação.
Sei
muito bem que para atingir a competência, já não digo absoluta, porém
suficiente, é fundamental que existam degraus a vencer; estes devem passar por
uma rampa de burilagem e aferição das capacidades de cada um para o efeito
pretendido; todo o “tapete-rolante” científico devia ser ministrado só por
Mestres, também cientificamente bem formados a todos os níveis e de maneiras de
ser absolutamente impenetráveis aos caprichos, compadrios e cunhas de qualquer
género, apostados apenas na limagem e polimento de cérebros com prometedoras
capacidades analíticas e não gastarem o seu tempo a limar calhaus rombudos e
amorfos, onde nem os métodos da mais pura alquimia têm possibilidade de
penetrar. A chancela genética é infalível; é por isso fundamental um
conhecimento laminar, para escolher os melhores e os mais capazes de nos
proporcionar um futuro agradável.
Se
alguma coisa tem corrido mais mal após a entrada da “nova democracia” com o
borbulhar do 25 de Abril, não por culpa de quem ensina, mas pelo florescimento
de novas regras que mudaram a sua estrutura, foi o ensino; com a criação de adolescentes
regulamentos tendentes à sua facilidade, emergiram uma série se condicionantes
que lhe afectaram a sua qualidade no que respeita aos vectores científicos e
cívicos. Disto não tenho eu qualquer dúvida e os resultados, actualmente estão
à vista.
Ora,
se a formação de um país começa no ensino e este é deficiente, como havemos de
ser bem administrados?
Que
a falta de capacidade existe, é uma evidência; só que esta proclama-se
detentora do poder absoluto e cria regulamentos, muitos deles em riba dos
joelhos, tendentes a criar à sua volta uma auto-imunização serrada com
resultados catastróficos, onde não sobejam culpados.
Se actualmente pudéssemos obrigar todos os
candidatos a cargos governativos fazerem provas de aferição, seriam tão poucos
os que conseguiam vencer o teste, que ficaríamos sem (des) governo.
Marcelo
Caetano tinha razão.
E
eu também!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 20/02/2015
Ou:
www.antoniofsilva.blogspot.com
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