FATALIDADE E SOLIDARIZAÇÃO
Incêndio em Loureiro, concelho de
Oliveira de
Azeméis, deixa família economicamente
debilitada.
FATALIDADE E SOLIDARIZAÇÃO
Quando
menos esperamos, o infortúnio, que na maior parte das vezes pensamos que só
acontece aos outros, desprende-se dessa lógica e cai-nos e cima, soterrando
praticamente tudo aquilo que com esforço e perseverança levámos muito tempo a edificar.
É de facto aterrador, assistirmos inertes ao desmembramento da concretização
material de tudo aquilo para que havíamos sonhado e exaustivamente trabalhado
para o ter conseguido; porém, o azar não se compadece com ninguém, nem conhece
caras ou corações e acompanha paralelamente a ventura. Esta é uma das
realidades que, com a mira apontada, faz parte das nossas vidas e por muito que
façamos para contrariar os seus efeitos, quando o azar tiver que dar os seus
frutos, dá-os sem pedir licença a ninguém.
Como
única hipótese, resta-nos ter coragem para reconstruir aquilo que desabou, o
que por vezes se torna, não digo impossível, contudo dificílimo, sem um
generoso empurrão da solidariedade, que é um dever social. É precisamente aqui
que a sociedade se deve mobilizar para ajudar as vítimas do “naufrágio quando o
barco se desmantela”.
Neste
sentido, penso que a maneira, não quero dizer mais correta ou mais limpa, -
nada disso – todavia a mais própria, seria abrir uma conta bancária em nome das
pessoas desafortunadas, onde todas as criaturas de boa-fé pudessem, no seu secretismo
e com a mais alta limpidez, outorgar a sua ajuda, mediante as suas posses ou a
sua vontade, sem ferir a susceptibilidade daqueles a quem o infortúnio tocou.
Não há receptores de envelopes com
dinheiro, com cheques, sem cheques, com papel de jornal ou vazios; nem qualquer
outro meio a não ser a conta bancária e ponto final.
Claro
está que, para que a solidariedade possa surtir melhores efeitos, são sempre
necessárias umas palavras de ajuda daqueles que se supõe terem mais alguma
influência no “burgo”, e, no nosso meio, um dos maiores poderes nesse sentido,
sem sombra de dúvida é a mão eclesiástica, através das suas prédicas, no
momento oportuno e no local próprios.
Penso,
desta ideia não abdicando, que assim deve ser.
Sendo
o auxílio indispensável, também é fundamental um meio de evitar o
constrangimento e não só, de quem recebe a ajuda, porque isso pode originar “chagas”
psicológicas para o resto da sua vivência.
Uma conta bancária aberta em nome de
quem dela necessita
tende a ser, em minha opinião, o meio mais apropriado para o efeito.
Uma
maneira airosa de aplicar a solidariedade despretenciosamente, no” combate” à
adversidade alheia.
Neste
sentido e para além do que muito ainda poderia dizer, esta crónica é também um
apelo às pessoas de boa índole e também aquelas aonde possa existir uma réstia
de boa vontade, para que prestem o seu auxílio no “combate” à desventura.
Nunca
se sabemos quando a roda pode desandar.
António
Figueiredo e Silva
Loureiro,
06/07/2014
http://antoniofsilva.blogspot.pt
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