É SEMPRE A MESMA JORDA!
Para porcos cegos, o
Diabo apanha caroços.
(?)
É SEMPRE A
MESMA JORDA!
Infalivelmente,
nos tempos que antecipam uma campanha eleitoral, não há tréguas para eventos de
manipulação catequista e arranjos de verborreia, na maior parte das vezes
vazios de conteúdo, porém com um fim determinado; a subida gradual ao podium do artifício político, a velha
vaca leiteira que a tantos “maternalmente” tem dado mama.
Arranjam-se
sempre umas efemérides de meia-tigela que se materializam com a colmatagem de
umas “crateras” numas estradas miseráveis, umas borradelas de cal nas paredes
das latrinas públicas, com um alisamento de uns caminhos de cabras, há muito a
criar erva, com promoção de umas salas de xuto,
na criação de gratuitas comezainas que abafam a audição e diluem o senso
analítico, etc. tudo serve para mostrar as fuças astuciosamente sorridentes,
ceifar fitas e esgrimir uns discursos convincentes com o sentido voltado à captação do sufrágio. É que sem ele, o estatuto
social pode ficar em causa, e, para alguns contendores, poderá não haver o
benéfico acréscimo de papinha para a família, que até vem fazer um jeito dos
diabos em época de crise, como a que actualmente nos persegue.
Alguns, mesmo
em fanática dieta, são capazes de habilidosamente emborcarem umas ginjinhas,
uns tintos de má colheita e mau paladar, infectados pela casse férrica, ou até
mesmo uns bagacitos com metanol a mais, só para agradarem ao pagode e no fim,
todos babosos, ouvirem dizer:
- É mesmo um
gajo porreiro, pá! Bê-se qu’é dos nossos! Este bai ter o meu boto, carago!
É também nesta
altura que podemos ver uma infinidade de trabalhecos
a serem “executados” mal e porcamente mas com requintada rapidez, com principal
incidência naqueles que por “apurado” desleixo têm vindo a dar nas vistas e dão
o mote às mais variadas e satíricas criticas, que entre umas cervejas e uns
copitos, alegremente esvoaçam no ambiente dos cafés e das tascas do burgo,
libertadas sob etílica descontracção insuflada pelo deus Baco, velho no seu
saber e com muitos anos de existência.
Apesar de todas
as apreciações a favor ou contra, pregadas naqueles tabernáculos, a romaria
continua, numa atmosfera de cerimoniosa compreensão e aquiescência, evitando o
mais pequeno deslise que possa furar o fundo ao pretenso tacho.
No meio de todo
o alvoroço da contenda, ainda subsistem alguns laparotos onde a vaidade lavra
no campo da idiotice, que, fortemente apadroados por parolos verticalmente espetados
no meio social somente por parafusos materialistas, não passam de um sacrifício
aos deuses já enraizados e bem grudados nas trincheiras ziguezagueantes da
política.
É sempre a
mesma jorda! Porém, há sempre um sacristão, um desgraçado, um imolado para
ajudar à missa.
O povo que se
cuide; se está menos bem, que se deixe estar, porque a seguir virá pior.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
02/07/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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