TODO O CUIDADO É POUCO
Ladrão que rouba a Nação,
tem programa na Televisão.
(novo prov. Português)
TODO O
CUIDADO É POUCO
Podemos não
ser férteis em muitas coisas, mas em humor, devemos andar a raspar a primeira
fila da criatividade, a ver pelo provérbio acima narrado, de um qualquer autor desconhecido.
A ladroíce
quando é realizada com proficiência e destreza, torna-se num acto capaz de transfigurar
a imagem do mais reles criminoso num ícone internacionalmente conhecido. Isto ocorre,
não para servir como exemplo de moralidade mas para desenvolver a criação de
audiências, a árvore das patacas de uns grupos de espertos, contudo, com as
mentes lisas de qualquer réstia de consciência ou pedagogia. E não há ordenação
que lhes possa arrolhar esse propósito objectivista nocivo à sociedade, cujo
vício bisbilhoteiro é o seu filão de mineração. As pessoas sentem, por índole
própria, uma atracção forte pelo ridículo, pela fatalidade e por tudo o que
lhes aguce a curiosidade ou lhes mexa com o instinto animalesco dissimulado mas
latente; mais do que isso, muitas vezes seguem como verdadeiros ceguêtas,
exemplos errados, ou, com o entendimento depredado por sucessivas catequizações,
incorrem na acção repetitiva do mesmo tropeção que posteriormente lhes vai
dificultar, não só a própria vivência, como também a existência do seu semelhante.
É precisamente
com estes dados que a comunicação social mais tendenciosa, constrói a estrutura
do seu tablado, de onde faz veicular a prosaica, porém falaciosa musicalidade catequizadora
de umas dúzias de indivíduos a quem a ambição pela grandeza fácil despersonalizou.
Mas é desse coreto que tira altos dividendos, sem se incomodar com as lavagens
cerebrais que dali possam ser emitidas. Fá-lo, não por falta de conhecimento da
“moléstia” e da sua nocividade, mas por interesses lucrativos subjacentes à
divulgação.
O mais recente
exemplo, é o do canal estatal RTP 1,
que mesmo com uma forte movimentação popular contra, mantém o propósito de
contemplar com uma emissão para o ar das palavras, sem fiabilidade alguma, de José Sócrates Pinto de Sousa, em comentários
supostamente semanais.
Ora, a
pretenção desse brilhante fala-barato, não é por certo, esclarecer nada nem
ajudar a repor a estabilidade na bandalheira que ajudou a deflagrar; é, pelo
contrário, a tentativa de dar uma borrifadela na limpeza da sua imagem,
justificar a sua atitude desgovernativa que foi assente em vários factores cuja
lisura duvidosa durante muito tempo ocultou, e, acima de tudo, confundir os portugueses,
virtude desvirtuada na qual é exímio sabedor.
O seu
propósito é fácil de vaticinar; a época de eleições aproxima-se e deve ser seu
desejo aplainar o caminho com vista a arrancar mais uma nicada ao costado dos
portugueses, assim eles se deixem levar. Por isso e com a ajuda divulgadora da RTP1, aí o temos, com toda a arteirice
que lhe é peculiar, apto para estimular a dormência colectiva no Zé Pacóvio.
Todo o cuidado
é pouco.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
03/04/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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